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Comercialização de milho no Brasil em ritmo lento

Após duas baixas mensais consecutivas, na parcial de março, os preços do milho em Chicago apresentam valorização, na casa de USD 4,28/bu


As exportações americanas seguem em ritmo mais lento que o esperado

Após duas baixas mensais consecutivas, na parcial de março, os preços do milho em Chicago apresentam valorização, na casa de USD 4,28/bu. Assim como observado no mercado internacional, a parcial de março para a praça de Campinas (SP) segue com leve alta para os preços ante fevereiro. Diante do cenário de preços mais comportados e das dúvidas sobre o desenvolvimento da segunda safra, a comercialização do cereal segue lenta.

As exportações americanas seguem em ritmo mais lento que o esperado. Os menores patamares de preço do trigo somado à recomposição dos estoques americanos de milho, seguiram colocando pressão nos preços do cereal, mantendo as cotações em níveis bem inferiores aos observados nessa mesma época em 2023. Na média, a saca está cotada ao redor de R$ 63, preço que vem sendo observado desde o final de janeiro na praça de Campinas. Apesar da pressão de oferta, com a colheita da 1ª safra se aproximando da metade, o volume deve ser 14,5% inferior ao ano passado, segundo a Conab, que projeta 23,4 milhões de toneladas para o milho verão. Os vendedores têm limitado os volumes ofertados, esperando valorização dos preços.

Segundo o Imea, apenas 21,8% da safra mato grossense de milho foi comercializada, número bem abaixo da média dos últimos cinco anos, de 55,6%, marcando a mínima do período. O clima mais quente e seco observado nos últimos dias, especialmente na região central do Brasil, trouxe preocupações sobre o desenvolvimentodaslavouras de 2ªsafra. No acumulado até março, apenas 20 milhões de toneladas de milho foram embarcadas pelos EUA no ano comercial (set-ago), para uma venda já realizada de 39 milhões de toneladas. A previsão do USDA para o ano comercial é de 53,3 milhões de toneladas. Uma melhora no ritmo das vendas dos EUA poderia trazer alguma recuperação para as cotações em Chicago.

Para o cenário global, o USDA trouxe mudanças na produção de milho da Argentina e da Ucrânia. Mercado na expectativa do relatório de intenção de plantio americano, que será divulgado dia 28/mar. No curto prazo, pelo menos até o fim de março, os mapas mostram chuvas razoáveis a boas para a maior parte do Brasil, mas olhando um pouco mais a frente, para abril e maio, hoje, os mapas não mostramuma condição tão boa de chuva. Para a Argentina, o USDA projetou aumento de 1 MM t na produção, para 56 milhões de toneladas.

Já para a Ucrânia, a estimativa foi revisada para baixo em 1 MM t sobre o projetado em fevereiro, para 30 MM t. A produção do Brasil foi mantida em 124 MM t e as importações chinesas também foram mantidas em 23 MM t. Os estoques americanos da safra 2023/24 não foram alterados e seguem estimados em 55,2MMt, +60% sobre 2022/23. Com o viés de redução de área de milho nos EUA, diante da menor rentabilidade, desvantagem na relação de preços com a soja e dos altos estoques do cereal, a discussão do corte de área entrará no radar nos próximos dias.

O ponto é que se o produtor americano mantiver a área plantada com milho ainda em patamar elevado, com um corte discreto no plantio, o potencial de produção ainda será muito alto e os estoques 2024/25 poderiam ultrapassar as 60 milhões de toneladas, o que seria baixista para preços. Portanto, a discussão para o próximo dia 28 é o tamanho da redução da área de milho em detrimento do aumento da área de soja no país. Abril e maio são meses bastante importantes para a definição de produtividade do milho segunda safra e, hoje, os mapas de previsão do modelo americano mostram chuvas abaixo da média para praticamente todo o Brasil em ambos os meses. Para o mercado de milho, isso é algo importante e que pode trazer volatilidade para os preços nas próximas semanas.

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