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Cotação da soja fechou em baixa

Baixas não foram expressivas


A cotação da soja, para o primeiro mês cotado, fechou em baixa nesta semana, após os relatórios da quinta-feira, dia 28/03

A cotação da soja, para o primeiro mês cotado, fechou em baixa nesta semana, após os relatórios da quinta-feira, dia 28/03. Todavia, as baixas não foram expressivas. O bushel da oleaginosa fechou em US$ 11,80 o dia 04/04, contra US$ 11,91 uma semana antes. Dito isso, na semana encerrada em 28/03 os EUA embarcaram 414.484 toneladas de soja, volume que ficou abaixo do esperado pelo mercado. Assim, o volume total exportado neste ano comercial chega, agora, a 37 milhões de toneladas, ou seja, 19% abaixo do realizado no mesmo período do ano anterior.

Em paralelo, na União Europeia, as importações de soja, no ano 2023/24, iniciado em julho, chegaram a 9,1 milhões de toneladas até o dia 27/03. Este volume é quase idêntico aos 9,2 milhões importados no mesmo período do ano anterior. Já as importações da oleaginosa concorrente, no caso a colza, chegaram a 4,2 milhões de toneladas, contra 6,4 milhões no ano anterior. E no Brasil, o preço da soja melhorou mais um pouco, puxado por um câmbio que foi a R$ 5,05 por dólar, apesar da intervenção do Banco Central. Por enquanto, o câmbio escapa do patamar considerado ideal, que é entre R$ 4,80 e R$ 5,00 por dólar.

Com isso, a média gaúcha fechou a semana em R$ 116,32/saco, enquanto nas demais regiões do país o valor girou entre R$ 105,00 e R$ 111,00/saco. Segundo o Cepea, o aumento nos preços do óleo de soja também ajudou a melhorar o preço interno da soja. A indústria alimentícia estaria comprando e fazendo estoque de óleo, preocupada com a possibilidade de uma maior parte do produto ser destinada à produção de biodiesel. Hoje, o óleo de soja participa com 70% da produção total de biodiesel no Brasil.

Atualmente, a mistura do biodiesel ao óleo diesel é de 14% (B14) no Brasil, mas há um projeto para que chegue a 25%. Por sua vez, a colheita da safra atual atingiu a 74% da área cultivada até o dia 28/03, enquanto no Rio Grande do Sul a colheita atinge a 20% da área, contra 42% na média histórica para esta data. Na região Noroeste gaúcha a produtividade vem surpreendendo, alcançando pouco mais de 61 sacos/hectare na medida em que avança a colheita. Na prática, a produtividade tem oscilado entre 50 e 80 sacos/hectare na região.

Mesmo assim, os números estimados para a safra total brasileira não têm se modificado, oscilando entre 146 e 156 milhões de toneladas junto à maioria das consultorias privadas e públicas. Quanto à exportação, os novos números estimados estão em 93 milhões de toneladas, com um consumo interno de soja de 57,5 milhões. Com isso, os estoques finais da oleaginosa ficariam em 2,9 milhões de toneladas.

Por outro lado, a Datagro Grãos reduziu a produtividade média brasileira, na atual safra, em 10,5%, com a mesma ficando, agora, em 53,6 sacos/hectare. Assim, a expectativa de produção final fica em 146,3 milhões de toneladas, com 8,7% abaixo do recorde colhido no ano anterior, que chegou a 160,2 milhões segundo a consultoria. E no Mato Grosso a receita líquida operacional vem sendo negativa neste ano 2023/24, devido a uma quebra importante na safra e a preços muito baixos da soja. Tal situação poderá modificar as decisões do futuro plantio da oleaginosa naquele Estado.

A quebra, sobre o anterior, é de 15%, com a produção ficando em 38,4 milhões de toneladas. “Com a quebra de safra, o Mato Grosso deve ficar com uma fatia de 25% da produção brasileira na temporada atual, contra cerca de 30% na temporada anterior.” Em tal contexto, o Cepea (Esalq/USP) apresentou estudo indicando que a receita líquida operacional com a soja, em Sorriso (MT), recuou 130% neste ano. Com isso, esta receita será negativa em R$ 370,00/hectare, contra R$ 1.421,00/hectare positivos no ano anterior.

Já em Rio Verde (GO), tal receita recuou 86%, em Dourados (MS) 89% e em Cascavel (PR) 87%. Diante disso, para 2024/25, o estudo indica que, na hipótese de o produtor ter uma colheita razoável, o resultado seria afetado pelas dívidas de 2023/24. Para 2024/25 seria preciso 55 sacos/hectare para pagar o custo operacional, contra uma produtividade média de 59 sacos. Em princípio, “não está nada mal, paga o custo operacional, mas tem que lembrar que está carregando a dívida que não pagou este ano, mais o custo do investimento".

O cenário seria semelhante em outras regiões do país, com o agricultor tendo que cortar custos para a safra futura. Enfim, a exportação de soja, pelo Brasil, em abril, deve ficar em 10,6 milhões de toneladas, ou seja, um recuo de 24% sobre o mesmo mês do ano passado. Já em relação a março passado, o recuo seria de 2,9 milhões de toneladas. Lembrando que no primeiro trimestre do corrente ano o Brasil exportou 25,4 milhões de toneladas, contra 22,9 milhões no mesmo período do ano anterior.

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