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Cotações da soja em Chicago retomaram fôlego

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum; Jaciele Moreira



As cotações da soja em Chicago, após o forte recuo motivado pelo relatório de oferta e demanda do dia 12/07, retomaram fôlego e, na esteira das especulações sobre o clima nos EUA, fecharam a quinta-feira (20) em US$ 10,13/bushel, contra US$ 9,72 uma semana antes. Se as mesmas ainda estão um pouco distantes do pico recente de US$ 10,25, atingido no dia 11/07, também estão muito acima do piso de US$ 9,04/bushel alcançado no dia 23/06 (momento mais baixo de Chicago desde abril de 2016). Vale lembrar que em meados de julho do ano passado o bushel de soja valia US$ 10,27 para o primeiro mês cotado. Assim, vai se confirmando a tendência de grande volatilidade nos preços em função do clima nos EUA, fato que deverá se manter até meados de setembro.

Na prática, há divergências entre as diferentes previsões climáticas nos EUA e muita incerteza quanto as reais condições das lavouras estadunidenses. Como o milho se define neste mês de julho, no momento o cereal recebe mais atenção do mercado do que a soja. No geral, para a oleaginosa consta que no norte das Planícies e partes do oeste do cinturão do milho-soja há prejuízos com a seca e perdas nas lavouras já estariam sendo calculadas. As próximas semanas serão decisivas para uma definição nesta área, sendo o relatório de oferta e demanda de agosto muito importante para esclarecer o quadro.

Dito isso, as condições das lavouras estadunidenses até o dia 16/07 pioraram um pouco mais, com 61% ficando entre boas a excelentes (contra 62% na semana anterior), 28% regulares (contra 27% uma semana antes) e 11% entre ruins a muito ruins (igual percentagem na semana anterior).

Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja nos EUA chegou a 3,75 milhões de toneladas em junho. O número ficou bem abaixo do registrado em maio, que foi de 4,06 milhões de toneladas. Com isso, os esmagamentos em junho ficaram abaixo do esperado pelo mercado (cf. Safras & Mercado).

Pelo lado da demanda, as importações de soja por parte da China recuaram em junho em comparação a maio, atingindo a 7,69 milhões de toneladas. Tal volume é 20% menor do que o recorde comprado em maio, porém, ainda 1,7% acima das importações de junho de 2016. Na verdade, a China possui grandes estoques de soja neste momento.

No Brasil, apesar da recuperação parcial de Chicago, os preços médios recuaram em função do câmbio. A moeda brasileira voltou a trabalhar ao redor de R$ 3,15 em boa parte da semana, tirando os ganhos da Bolsa. Assim, a semana fechou com a média de balcão gaúcha em R$ 62,35/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 67,00 e R$ 67,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 55,50/saco em Nova Xavantina (MT) e R$ 68,50/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 58,00 em Chapadão do Sul (MS), R$ 60,50 em Pedro Afonso (TO), R$ 62,00 em Uruçuí (PI) e R$ 67,00/saco em Pato Branco (PR).

Quanto à comercialização da atual safra, enquanto na Argentina a mesma chegava a 46% do total no início de julho, contra 52% um ano antes, no Brasil a mesma estava em 67% contra a média histórica de 80% para o período. No Rio Grande do Sul as vendas chegavam a 48% do total, contra 65% na média histórica.

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