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Custos do frango em queda e preços de exportação se recuperando

A avicultura continuou capturando queda dos custos de ração e bom fluxo de exportação no mês de março


Os preços da carne de frango no atacado continuaram razoavelmente firmes ao longo do mês de março

A avicultura continuou capturando queda dos custos de ração e bom fluxo de exportação no mês de março. Com isso, os spreads interno e externo seguem em recuperação, uma situação bem melhor que a observada no início do ano passado. Os preços da carne de frango no atacado continuaram razoavelmente firmes ao longo do mês de março. Na média mensal até o dia 20, a ave inteira congelada no estado de SP foi negociada a R$ 7,30/kg, 0,7% abaixo do mês anterior e 2,2% acima de mar/23, valendo destacar que no mesmo momento do ano passado, os custos de produção estavam 23%mais elevados.

E em março, os custos de ração continuaram cedendo, favorecidos tanto pelo milho quanto pelo farelo de soja. No PR, por exemplo, o cereal voltou para os R$ 54/saca, 4% inferior ao mês anterior. E com os preços da ave estáveis, estimamos que o spread da avicultura deva fechar próximo dos 4%, vindo de 3,2% em fev/24. Nas exportações, o primeiro bimestre somou 753 mil toneladas, redução de 1,3% sobre jan-fev/23, porém dada a elevada base de comparação, o resultado é positivo. Além disso, o preço médio de exportação in natura reagiu em fev/24, alta de 4,2% sobre o mês anterior, enquanto na parcial de mar/24 até a terceira semana, a indicação é de nova elevação.

Com o preço de exportação reagindo e os custos de produção para baixo, o spread externo segue em franca recuperação, já estando acima de igual momento dos últimos três anos. Do ponto de vista da relação de preços contra o dianteiro bovino, próxima dos 2 kg de frango/kg de dianteiro em março, a competitividade da ave está 14% aquém do mesmo momento do ano passado. A tendência de margens positivas deve persistir no próximo mês, com os custos baixos exercendo grande influência. Porém, as quedasrecentes dos preços dosinsumos da ração, sobretudo do milho, devem ser aproveitadas, dada a oportunidade de formação do estoque num patamar bastante atrativo. Além disso, para que o cenário siga positivo, é importante que não haja desproporcional elevação dos alojamentos, dado que as boas margens devemestimular o aumento do ritmo de produção.

Com as margens fortalecidas pelos baixos custos de ração e boa demanda externa, é possível que o setor acelere o alojamento de pintos, com consequente aumento na produçãode carne. A dimensão dessa possível aceleração do ritmo de atividade será determinante nos próximos meses, de modo a não sobrecarregar a oferta doméstica e comprometer a sustentaçãodos preços e, consequentemente, das margens. A menor oferta de carne no último trimestre de 2023 e início de 2024, ajudou a sustentar os preços da ave num período de férias escolares e baixa demanda doméstica.

Os próximos meses ainda têm uma característica de preços de carne de frango, muitas vezes mais fracos e, especificamente neste ano, os elevados abates de gado tem implicado em queda dos cortes bovinos, o que desafia a sustentação da ave, a menos que a produção siga controlada. Entendemos que o menor volume de milho a ser produzido no Brasil neste ano, pode implicar em custos mais elevados no segundo semestre, de modo que o momento atual parece bastante oportuno para a formação do estoque do cereal num nível de preços substancialmente menor que no ano anterior.

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