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Mercado da soja

Em um ano o bushel de soja perdeu US$ 3,10, ou seja, 20,8%


 A média de março fechou em US$ 11,79/bushel, com 0,8% de aumento sobre a média de fevereiro

Na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, que foi anunciado nesta quinta-feira (11), as cotações da soja, para o primeiro mês cotado em Chicago, recuaram, chegando ao dia 10/04 em US$ 11,64/bushel. Após o anúncio do relatório, o fechamento do dia 11/04 recuou mais, ficando em US$ 11,59/bushel, contra US$ 11,80 uma semana antes. A média de março fechou em US$ 11,79/bushel, com 0,8% de aumento sobre a média de fevereiro. Para comparação, a média de março do ano passado foi de US$ 14,89/bushel.

Portanto, em um ano o bushel de soja perdeu US$ 3,10, ou seja, 20,8%. Quanto ao relatório, o mesmo indicou, para o mercado da soja no ano de 2023/24, os seguintes números:

1) manteve a produção dos EUA em 113,3 milhões de toneladas e aumentou os estoques finais deste país para 9,26 milhões de toneladas;

2) a produção mundial ficou em 396,7 milhões de toneladas, sem modificações aparentes em relação a março;

3) a produção brasileira foi mantida em 155 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina continuou em 50 milhões;

4) as importações da China se mantiveram em 105 milhões de toneladas;

5) o preço médio aos produtores estadunidenses de soja foi reduzido para US$ 12,55/bushel.

E aqui no Brasil, devido a novas desvalorizações do Real (a moeda brasileira chegou a R$ 5,09 durante a semana), os preços da soja subiram mais um pouco. As principais praças gaúchas praticaram R$ 118,00/saco, enquanto a média do Estado ficou em 119,06. Já nas demais regiões brasileiras a soja oscilou entre R$ 106,00 e R$ 111,00/saco. Dito isso, a colheita no Brasil chegou a 79,3% da área no final da semana passada, contra a média de 83,8%.

Houve muita chuva em regiões produtoras, fato que atrasou um pouco mais a colheita. No Rio Grande do Sul, a mesma atingia a 38% da área, no dia 11/04, contra 53% na média histórica para esta data.

Por outro lado, segundo os mais pessimista, novas estimativas dão conta de que a safra final de soja no Brasil será de 145,5 milhões de toneladas neste ano de 2023/24. Este número foi revisado para cima após a indicação de apenas 143,9 milhões em março. 

A Conab, em seu relatório deste dia 11/04, apontou uma safra final brasileira, neste ano, em 146,5 milhões de toneladas, com uma redução de 5,2% sobre os números indicados por ela para a safra anterior. Os estoques finais brasileiros, neste ano, ficariam em 2,48 milhões de toneladas, contra 3,3 milhões no ano anterior.

Por sua vez, as exportações brasileiras de soja alcançariam 92,3 milhões de toneladas em 2024, ficando levemente abaixo do registrado no ano anterior. Já a comercialização da atual safra, no Mato Grosso, atingia a 55,9% no início da presente semana. Na mesma época do ano passado os produtores mato-grossenses haviam vendido 60,8% de sua safra de então, sendo que a média histórica, para esta época é de 71,5% da safra. Portanto, diante dos baixos preços e do atraso na colheita, com perdas climáticas, há uma redução no ímpeto vendedor dos agricultores do maior Estado produtor de soja do país.

Enquanto isso, as vendas antecipadas, relativas à safra 2024/25, que ainda será semeada a partir de setembro, atingiam a 6,8%, contra a média histórica de 18,2% neste período, a partir de uma produção projetada para o próximo ano. E as exportações de soja, pelo Brasil, bateram recorde no primeiro trimestre do corrente ano, atingindo a 22,1 milhões de toneladas, sendo 15,7% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. A desvalorização momentânea do Real estimula as vendas externas neste momento.

No porto de Paranaguá (PR) os indicadores de preço estiveram entre R$ 120,54 e R$ 124,28/saco durante a semana. Para embarque em maio, a paridade de exportação aponta preço de R$ 131,44/saco, para junho R$ 133,55 e para agosto R$ 137,74/saco no mesmo porto. Vale ainda destacar que a exportação brasileira de soja, nos cinco primeiros dias úteis de abril, atingiu a 3,6 milhões de toneladas, representanto queda de 9% quando comparada com o mesmo período de abril do ano passado. Em tal contexto, e com a confirmação de uma safra menor do que o esperado, a Anec estima que o Brasil realmente irá exportar menos soja neste ano.

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