O 4º Levantamento de Safra efetuado pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) no mês de abril de 2005 demonstro...
O 4º Levantamento de Safra efetuado pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) no mês de abril de 2005 demonstrou números já esperados com uma produção de soja para a safra 2004/05 estimada em 50,2 milhões de toneladas, apresentando crescimento de 0,8% em relação à safra passada. O relatório também expôs declínio na produtividade brasileira de 7,1% que foi considerável em função da seca na região Sul. Esta teve sua produção estimada em 12.284 mil toneladas, redução de 24,4% em relação à safra de 2003/04. As exportações brasileiras de soja, após lento desempenho no começo da temporada, apresentaram reação. As vendas ao Exterior totalizaram 2,67 milhões de toneladas em maio, contra 1,17 milhão de toneladas no mesmo período de 2004. Dos 19,1 milhões de toneladas previstos para a exportação, conforme a Abiove, apenas 71% (13,49 milhões de toneladas) haviam sido exportados, número este 21% menor quando comparado ao exportado no mesmo período do ano passado para a safra 2003/04.
O prêmio de exportação referente aos embarques para junho de 2005 no porto de Paranaguá, após sair de um patamar de US$¢8,00/bushel no dia 16 de maio, apresentou declínio, chegando no dia 7 de junho a –US$¢12,00/bushel. Esta queda corrobora o excesso de oferta vigente no porto e evidencia sua volatilidade. Deve-se salientar que a utilização dos contratos futuros da BM&F, cuja formação de preço é efetuada no Brasil, exclui esse risco, o que pode trazer maior tranqüilidade aos agentes.
No mercado internacional, até o dia 3 de junho, os produtores argentinos de soja haviam colhido cerca de 96% da safra 2004/05, conforme dados da Secretaria de Agricultura da Argentina. A produtividade média encontra-se em 2,76 toneladas/hectare contra 2,27 toneladas/hectare do ano passado. Devido à alta produtividade, a produção determinada pelo órgão argentino ficou em 38,5 milhões de toneladas, 350 mil toneladas menor do que a safra estimada pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Já o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA) previu a safra Argentina em 39 milhões de toneladas.
O relatório de oferta e de demanda publicado em 10 de junho forneceu dados estáveis mesmo com os boatos de uma provável seca nos Estados Unidos. Para a safra que está sendo plantada nos EUA, o USDA estimou produção de 78,8 milhões de toneladas, 7,8% menor do que a do ciclo passado e manteve a produção brasileira em 53 milhões de toneladas para a safra 2004/05 e 62 milhões de toneladas para a próxima safra 2005/06. O último relatório de acompanhamento do plantio da soja americana, divulgado em 6 de junho, apresentou alta considerável: 90% da área estimada para a produção da soja já foi plantada, ante os 81% do relatório anterior. Dessa área, 70% já emergiram, número este 7% superior à média dos últimos quatro anos.
Na BM&F, os contratos futuros de soja apresentaram uma alta a partir de 13 de maio. O preço do contrato futuro, com o vencimento novembro/05, que estava sendo negociado a US$13,70/saca em 13 de maio, foi cotado em 10 de junho a US$14,77/saca. Na mesma data, os outros vencimentos foram transacionados para julho/05 a US$14,05/saca; agosto/05 a US$14,40/saca; e setembro/05 a US$14,70/saca (Gráfico 1)
(ver tabelas e gráficos no link no rodapé da página).
A abertura de novos vencimentos como março/06, abril/06 e maio/06, cujas cotações foram de US$14,05/saca, US$13,75/saca e US$13,80/saca, respectivamente, possibilitaram a fixação de preços pelos os agentes para a próxima safra. O mercado futuro de soja negociou 3.033 contratos em maio de 2005, equivalente a 1,36 milhão de
sacas. No acumulado de janeiro a maio de 2005, foram transacionados 20.204 contratos de soja contra 1.875 no mesmo período de 2004.