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Preços externos e internos do algodão seguiram valorizando

Março pode marcar o quarto mês seguido de alta para os preços do algodão em Nova Iorque


Março pode marcar o quarto mês seguido de alta para os preços do algodão em Nova Iorque. O mercado interno passa por uma ligeira acomodação, reduzindo o ritmo de alta registrado no mês anterior. No campo, segundo a Conab, as lavouras estão majoritariamente em florescimento (43% dos campos) e iniciando a formação de maçãs (48%). O último levantamento da Abrapa indica que 58% da safra 2023/24 já foi comercializada pelo produtor. A parcial do mês de março aponta alta de 2,5% para os preços externos da fibra, para USDc/lb 94,89.

O mercado segue repercutindo a menor disponibilidade da fibra americana, cuja produção caiu 16% em relação à safra 2022/23 e também acompanhando os recentes movimentos de valorização do petróleo, com alta parcial de 1,9% em março (até dia 25). A parcial de março até o dia 25 aponta elevação de 1,4% para o preço em Rondonópolis, a R$ 4,02/lb. Porém, apesar dos recentes ganhos, ainda está 16,4% abaixo de março/23, quando a média na praça era de R$ 4,81/lb. Após a reação da demanda apresentada em fevereiro, o início de março foi marcado por uma redução da liquidez interna do algodão. Os compradores voltaram a comprar o mínimo necessário, apostando em preços mais fracos na entrada da safra nacional, a partir do meio do ano.

No Mato Grosso, o clima tem sido majoritariamente benéfico para o desenvolvimento da cultura no campo, com alguns períodos de chuva limitando os trabalhos de manejo. Na Bahia, a semeadura foi conturbada, diante da instabilidade do clima, o que levou a 11,5% de replantio, de acordo com a Abapa (Associação Baiana dos Produtores de algodão). Entretanto, após o estabelecimento das lavouras, as plantas têmapresentado bomdesenvolvimento. O número de comercialização da Abrapa está em linha com o estimado pelo Imea, de 58,3% para a pluma no MT.

O volume comercializado no MT está abaixo do ritmo registrado nos últimos 5 anos, que é de 66% O último relatório do USDA trouxe poucos ajustes para o balanço global de oferta e demanda da pluma. Para o Brasil, a Conab revisou para cima os números de safra do algodão, com aumento para a área plantada e produção. A sinalização de uma safra maior para o Brasil e a perspectiva de aumento da área plantada com algodão nos EUA, acaba pesando nas cotações a médio prazo. Olhando para 2024/25, uma consequência da recente recuperação dos preços poderá ser a adição de hectares de algodão nos EUA.

Novamente, o USDA revisou para baixo a produção americana da pluma, de 2,7 para 2,6 milhões de toneladas em março. Por outro lado, a safra indiana foi revisada para cima, para 5,6 milhões de toneladas. Outro ajuste foi feito no consumo mundial, com leve aumento de 0,4% sobre o projetado em fevereiro, mas que equalizou os números globais de produção e consumo em 24,6 MMt. A Conab projeta, agora, a safra 2023/24 em 3,6 milhões de toneladas, contra 3,3 MM t da estimativa de fevereiro. O aumento da produção vem diante da revisão para cima da área plantada, de 1,88 para 1,94 milhão de hectares e da perspectiva melhor para a produtividade esperada, que subiu de 1,75 t/ha em fevereiro para 1,84 t/ha em março.

Os preços do algodão seguem em patamares mais altos no curto prazo, ancorados na quebra da safra americana, restrição da oferta exportável do país e maior interesse da demanda chinesa. Entretanto, caso as perspectivas de maior safra para Brasil e EUA se confirmem, resultando em aumento da oferta global da pluma, tendem a gerar pressão nos preços. Isso é o que explica a curva invertida entre os vencimentos de algodão na bolsa de Nova Iorque, com a leituramais negativa para os preços nomédio prazo. Com as cotações no spot em alta e, especialmente se a melhora dos níveis de umidade se mantiver no oeste do Texas, o aumento esperado na produção americana poderá trazer pressão adicionalsobre os preços da safra 2024/25.

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