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Preços locais seguem firmes antes da colheita de café

Em Londres, o primeiro contrato está em torno de USD 3.700/t, uma queda de 1,3% em 30 dias


O início da colheita do café robusta deve começar no Brasil em algumas semanas

O início da colheita do café robusta deve começar no Brasil em algumas semanas. Contudo, os preços locais seguem firmes, impulsionados pela percepção de baixa disponibilidade global e pela demanda. O arábica pegou carona como mercado altista do robusta. Em NY e Londres, os preços do café recuaram nos últimos 30 dias. O arábica na bolsa americana teve uma queda de 2,8%, cotado em cerca de USD 1,856/lp no início da última semana de março. Enquanto isso, o robusta teve uma queda menor, em função do quadro de maior aperto no balanço global.

Em Londres, o primeiro contrato está em torno de USD 3.700/t, uma queda de 1,3% em 30 dias. Um dos fundamentos para o recuo dos preços tem sido a diminuição da posição líquida dosfundos especulativos em NY, que não ultrapassou os 50 mil contratos. Esse nível, historicamente alto, já indicou sinais de resistência. Além disso, o atual panorama de adiamento da queda de juros americanos cria um cenário para menor exposição dos fundos a commodities. No Brasil, os preços seguem firmes, principalmente devido à forte demanda pelo robusta nas exportações.

O diferencial entre as principais praças asiáticas e o Brasil cria um quadro de competitividade do café nacional frente aos concorrentes, mantendo as exportações firmes e, consequentemente, com as paridades de exportação puxando os preços para cima. Segundo o indicador CEPEA, o conilon teve alta de 10% nos últimos 30 dias, cotado acima de R$ 900/sc. Para o arábica, a condição de alta é semelhante, com as cotações subindo 2,8% no mesmo período, com a saca cotada acima de R$ 1.000.

Nesses patamares de preços, o diferencial entre o arábica e o robusta encontra-se ainda menor. Parece cedo para olhar para a próxima safra, mas as relações de troca de fertilizantes com café parecem ter uma janela interessante para fixações, visto o atual patamar próximo aos níveismínimos das últimas 5 safras. A estimativa do mercado é que haja um balanço mais confortável para a safra 2024/25, com o aumento da oferta brasileira, principalmente da variedade arábica. No momento da colheita, que deve começar em algumas semanas para o conilon no Brasil e na Indonésia, os preços devem sofrer pressão de oferta devido ao maior volume a ser adicionado no mercado.

E mesmo sendo variedades diferentes, um dos fundamentos dos atuais patamares do arábica tem vindo do robusta. Caso este sofra uma redução sazonal das cotações, o arábica também pode ser afetado. Os contratos de NY para Jul/24, que precificam a safra brasileira, já cedem, acompanhando o spot e piorando levemente a relação de troca do grão com os fertilizantes. O cenário de preços dos fertilizantes também deve encontrar suporte para altas, devido à entrada de grandes compradores como EUA e Europa para a safra de primavera/verão. Isso também indicaria uma mudança do cenário de mínimas históricas para a relação de troca do café. Em relação ao clima para o segundo semestre, a NOAA, agência de meteorologia dos EUA, já indica uma probabilidade de 60% para La Niña. Dependendo da intensidade do fenômeno climático, o regime de chuvas no cinturão cafeeiro nacional pode ser negativamente afetado, prejudicando a oferta do grão para a próxima safra

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