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Preços mundiais do arroz caíram em média 2%

Os especialistas apostam no segundo semestre do ano, após as eleições gerais na Índia, programadas para o final de abril e início de maio


Foto: USDA

Em fevereiro, os preços mundiais do arroz caíram em média 2%, com exceção da Índia, onde os preços do arroz parboilizado permaneceram firmes em função da forte demanda doméstica e africana. As quedas mais significativas foram observadas na Tailândia e no Vietnã, em parte devido à forte concorrência entre os exportadores. A queda se deve também à redução da demanda de importação, já que os importadores acreditam novas quedas com a chegada da nova safra asiática de inverno-primavera. Na Índia, os preços continuam competitivos, apesar da taxa de 20% sobre as exportações de arroz, que foi prorrogada sem prazo definido. Mas a verdadeira questão é saber quando serão liberadas as exportações de arroz branco não-basmati.

Os especialistas apostam no segundo semestre do ano, após as eleições gerais na Índia, programadas para o final de abril e início de maio. Nos Estados Unidos, os preços se fortaleceram expressivamente, após meses de estabilidade, graças à forte atividade nos mercados regionais da América Central, devido à redução da oferta de exportação dos países do Mercosul. Enquanto isso, é provável que os preços mundiais permaneçam sob pressão nos próximos meses, apesar do recuo observado em fevereiro e da redução prevista na demanda global de arroz, em especial da China, cujas importações poderiam não ultrapassar 2,5 Mt em 2024.

Em contraste, as importações da Indonésia devem aumentar novamente em 2024, passando para o segundo lugar no ranking mundial, atrás das Filipinas. Em fevereiro, o índice OSIRIZ/InfoRice (IPO) caiu 5 pontos, para 302,0 pontos (base 100=janeiro de 2000), contra 307,0 pontos em janeiro. No início de março, o índice IPO ainda estava em queda para 297 pontos.

Produção mundial

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2023 teria melhorado em apenas 0,4%, para 792,5 Mt (526,2 Mt base beneficiado), contra 789,0 Mt em 2022. No Paquistão, a produção teria aumentado em 30%, retornando ao nível de 2021. Isso compensa parcialmente as reduções na Índia, Tailândia e China. Nos Estados Unidos, após uma safra decepcionante em 2022, a produção marcou uma forte recuperação de 37%, retornado ao nível de 2021. Em contraste, a produção no Mercosul diminuiu novamente devido às más condições climáticas.

Comércio e estoques mundiais

O comércio mundial de arroz em 2023 teria caído 6,2%, para 52,8 Mt, contra 56,3 Mt anteriormente. Essa queda se deve principalmente à redução das importações chinesas, mas também ao aumento da produção em algumas regiões deficitárias, principalmente na África, no Oriente Médio e no sul da Ásia. Além disso, a decisão da Índia de proibir as exportações de arroz não-basmati contribuiu para acentuar a queda no comércio mundial. O forte aumento nos preços mundiais, causado em grande parte por essas restrições, forçou alguns países importadores a adiar e/ou reduzir suas procuras de importação. No entanto, parte da redução das exportações indianas foi compensada pela Tailândia e pelo Vietnã, que aumentaram significativamente suas vendas externas em 15% em 2023.

Em contraste, as exportações indianas de arroz, em todas as categorias agregadas, caíram 20%. As primeiras projeções para 2024 apontam para uma nova contração do comércio mundial em 2,7%, para 51,4 Mt. Os estoques mundiais de arroz terminando em 2023 teriam diminuído levemente para 196,3 Mt, contra 196,8 Mt em 2022, representando 37% das necessidades de consumo mundial. Em 2023, as reservas chinesas teriam caído novamente para compensar a estagnação da produção e a redução das importações.

Entretanto, os estoques chineses continuam abundantes, correspondendo a 70% do consumo doméstico anual e 50% dos estoques mundiais. Na Índia, os estoques teriam aumentado em 4%, em grande parte devido às restrições à exportação. Os estoques dos principais países exportadores teriam atingido 57,5 Mt em 2023, equivalentes a 30% dos estoques mundiais. Em 2024, espera-se que os estoques mundiais aumentem em 1,2%, atualmente estimados em 198,7 Mt.

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