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Tendências no mercado internacional de trigo e impacto no Brasil

As cotações do trigo, negociadas em Chicago, tiveram uma reviravolta significativa nas últimas semanas, impactando o mercado internacional


Foto: Divulgação

As cotações do trigo, negociadas em Chicago, tiveram uma reviravolta significativa nas últimas semanas, impactando o mercado internacional. Após atingirem a marca de US$ 5,34/bushel em 27/11, a mais baixa desde setembro de 2020, as cotações se recuperaram, fechando em US$ 5,70/bushel em 30/11, comparado a US$ 5,55 em 22/11. Nos Estados Unidos, onde o plantio do trigo de inverno foi concluído, dados de 26/11 indicam que aproximadamente 91% da área germinada está pronta, superando a média anterior de 89%. No entanto, as condições das lavouras variam, com 50% classificadas entre boas a excelentes, 35% como regulares e 15% entre ruins a muito ruins.

De acordo a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), enquanto os EUA embarcaram 276.585 toneladas de trigo até 23/11, alinhado às expectativas de mercado, o país enfrenta um declínio nas exportações, totalizando 8,1 milhões de toneladas, 23% a menos do que no ano anterior. As vendas líquidas semanais atingiram 622.800 toneladas, contribuindo para um comprometimento total de 12,7 milhões de toneladas para o ano comercial, abaixo da projeção de 19 milhões de toneladas exportadas.

Na Europa, o plantio de trigo na França enfrenta atrasos devido ao excesso de chuvas, com apenas 74% da área semeada até a semana anterior, em comparação com os 98% da safra passada. As projeções indicam uma redução de 8 milhões de toneladas na produção de trigo na União Europeia.

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Atualmente, o mercado internacional destaca a competitividade dos preços de trigo da França, Alemanha e Argentina em comparação com os Estados Unidos. A ampla oferta em regiões produtoras e preços robustos de grandes fornecedores contribuem para a dificuldade dos EUA em exportar.

Na Rússia, o Ministério da Agricultura prevê que as exportações de grãos, incluindo trigo, superarão 65 milhões de toneladas em 2023/24, após a segunda maior colheita do país em 2023.

No Brasil, os preços do trigo recuaram devido à conclusão da colheita e à maior oferta, com média gaúcha em R$ 62,27/saco e Paraná a R$ 69,00/saco. Diante das dificuldades na comercialização, a Conab planeja realizar leilões em 1º de dezembro, oferecendo 175.550 toneladas no Pepro e 154.300 toneladas no PEP.

Embora a colheita de trigo no Brasil esteja praticamente concluída, com 98% no Rio Grande do Sul até 30/11, a região Sul lidera o consumo de farinha de trigo, conforme indica um estudo da Scanntech. Apesar da diminuição no consumo nacional, a região Sul registra uma média de venda de 8,5%, superando a média nacional de 5,1%. O consumo varia, com Santa Catarina liderando entre os Estados, seguido pelo Rio Grande do Sul e Paraná. A inflação nos preços de massas e biscoitos é notável, com aumento de 12,8% e 11,1%, respectivamente, em 2023.

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