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"Governo abre espaço para setor de seguros agrícolas crescer 75%"

Mercado aprovou volume de recursos que será uma garantia extra contra as perdas na lavoura


Foto: Pixabay

Durante o anúncio do Plano Safra 20/21, na última quarta-feira (17), o Ministério da Agricultura também anunciou que a subvenção ao Prêmio do Seguro Rural teve um acréscimo de 30% no valor, chegando a R$ 1,3 bilhão, o maior montante desde a criação do programa de subvenção ao seguro rural. 

O seguro rural protege o produtor contra perdas causadas por fenômenos adversos da natureza até o limite máximo de indenização contratado. Além da atividade agrícola, o seguro rural abrange também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercializar a produção e o risco de morte dos produtores. Ao contratá-lo, o produtor tem a possibilidade de recuperar o capital investido na sua lavoura ou empreendimento ante a perda da produção por conta de uma chuva mais forte ou de uma seca mais prolongada. O prejuízo pode ser evitado ou, no mínimo, reduzido.

O VP de Operações da NEWE Seguros, Gabriel Boyer, analisou de forma positiva o volume maior de recursos. “O seguro é a vacina do produtor rural para a intempérie climática. O governo está cumprindo a risca o que prometeu e isso será muito importante para o setor de seguros agrícolas, pois traz previsibilidade e confiança para o investidor”, comentou. Ele acredita, ainda, que essa previsibilidade e segurança deverão ampliar o número de players do mercado, que hoje em dia conta com 14 seguradoras.

O Mapa trabalha para qualificar os peritos e melhorar o zoneamento agrícola, requisito para receber o seguro. Na próxima safra o programa pode chegar a atingir 300 mil produtores, 21 milhões de hectares e R$ 58 bilhões em riscos segurados. "Isso sim é gestão de risco e controle das exposições ao risco que o nosso país pode ter em caso de eventos climáticos”. afirma Boyer.

O executivo comenta que o governo entendeu que o mecanismo de gestão de risco passa por diversos fatores, entre eles o seguro, e tem investido muito neles. Nos quatro primeiros meses do ano de 2020 para cada R$ 1 investido em seguro agrícola foram pagos R$ 1.67 em indenizações. “Apesar da safra recorde de soja brasileira, tivemos regiões que foram fortemente afetadas pelos riscos climáticos. Conforme números recém divulgados pelo Ministério da Agricultura: indenizações no seguro rural e Proagro podem chegar a R$ 1,89 bilhões no Rio Grande do Sul”, diz.

Esses números estão em linha com o comentário da Ministra Tereza Cristina durante a divulgação do Plano Safra 2020/2021, “Tivemos uma seca monumental no RS como não se via nos últimos 15 anos” e completou:  "E se não fosse o seguro rural que muitos produtores tomaram talvez a situação seria muito pior do que nós temos lá hoje.”.

Na visão de Boyer, o que o Ministério da Agricultura tem feito ao longo dos últimos dois anos não encontra precedente em nenhum outro período. “O governo tem lançado inúmeros mecanismos e inovado cada vez mais nos já existentes, como a ampliação do zoneamento agrícola que agora pode contemplar nível de manejo e outros. Além disso, o governo tem buscado a profissionalização dos demais programas  existentes, como o indicado com a migração de uma parcela do Proagro para o PSR através da destinação de recursos específicos”.

Dessa forma, ele analisa que a indicação de um aumento de 30% dos recursos para o seguro no ano de 2021 é uma ótima mensagem ao setor e traz a certeza de que não faltarão recursos para todos os produtores que desejarem contratar seguro nas safras de 2021. “O governo abriu espaço para o setor encontrar um crescimento de 50% a 75%, dado o efeito multiplicador do subsídio. O setor de seguros agrícolas cresceu 19% no ano de 2019 e somente no primeiro quadrimestre de 2020, o prêmio de seguro agrícola cresceu na casa de 60%”, comemora.

A ampliação do seguro poderá ter um efeito benéfico no setor de crédito no futuro, com a possibilidade de redução de taxas oferecidas aos produtores visto que os mesmos terão o seu risco mitigado pela proteção do seguro. Essa é a principal função do seguro: restabelecer a situação de equilíbrio econômico quando da ocorrência de intempérie climática, normalmente a principal causa de inadimplência do setor.

O processo de contratação do seguro é simples e fácil e, com a garantia desse volume maior, não deveremos ter casos de produtores que não consigam acessar o programa de seguros. O governo fez, ainda, alguns ajustes (alteração de limites de contratação e outros) nos últimos períodos para ampliar o acesso aos pequenos e médios produtores. Boyer recomenda que o produtor procure um corretor de seguros especializado e que, também, acesse o recém lançado aplicativo do PSR que está disponível nos links Android e IOS.
 

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