“Pecuarista convive com a falta de subsídio, mas avança”
Luiz Antônio Queiroz, proprietário da fazenda Jaguaretê (RS)
O mercado das carnes especiais no Brasil avança, e um dos melhores exemplos desse crescimento é a Fazenda Jaguaretê. De propriedade de Rosalu e Luiz Antônio Queiroz, a empresa de Eldorado do Sul (RS) possui o maior rebanho do mundo de gado Simental PO, com 1.400 fêmeas e machos – de um total de 2.500 cabeças, distribuídas em 1.100 hectares.
“O Pecuarista deixou de ter qualquer tipo de subsídio na década de 1970, e já consegue conviver com isso há anos, muitos anos. Muito recentemente, as feiras voltaram a disponibilizar algum financiamento para compra de gado – o que não existia há muito tempo. Voltou o financiamento para compra de matrizes. Mas o acompanhamento disso ainda deixa a desejar”, comenta Queiroz.
Ele explica que o abate de fêmeas “vem crescendo ano a ano”. “Se você financia alguém para comprar uma fêmea, esse criador não poderia abater antes de ela produzir animais. Ou seja, também há culpa de quem toma o financiamento e não se porta de maneira adequada. Porque é o plantel de fêmeas que dá a longevidade da criação”, explica.
Queiroz cita o exemplo do Rio de Janeiro, onde há um programa chamado “Rio Genética”: “É fantástico, e deveria ser replicado, porque o Brasil gostou muito da experiência. O Banco do Brasil é o agente financeiro, e o estado conseguiu passar de 200 milhões de litros para 800 milhões num prazo muito curto”.“Nós damos ao nosso cooperado um prêmio para ele não parar de produzir bezerros. Eles estavam perdendo dinheiro, e já conseguem agora ganhar. Porque aumentou o índice de prenhês. Saiu de um índice de 60% para até 87% de prenhês, sem muito investimento. É como um programa de extensão rural”, destaca.
E qual é o futuro da Jaguaretê? “Pretendemos ter canais firmes de comercialização da carne, propondo soluções diferentes ao mercado. E na genética, caminhar com gado pesado, precoce e de extrema qualidade, para fazer um meio-sangue de qualidade. Estamos investindo muito nisso, para ter um retorno cada vez melhor”, conclui.