2022 será melhor que 2021 para os moinhos
“A gente precisaria de um reajuste de 20% nos preços já em janeiro, apenas para equiparar os custos"
De acordo com a TF Agroeconômica, existem alguns fatores que tornam o ano de 2022 melhor para os moinhos do que foi 2021. "Eu acredito que vai ser um ano melhor para os moinhos do que foi 2021. O que eu estou vendo? Dificuldades, sim, muita dificuldade. Safra de trigo comprometida em relação à qualidade, que acabou comprometendo a quantidade, porque foi encaminhada para exportação, preço nas alturas, farinhas com baixíssima extração, dólar alto e preços das farinhas muitíssimo defasados. Este é o cenário. Teoricamente ruim, péssimo, até”, diz um moinho citado pela consultoria.
“A gente precisaria de um reajuste de 20% nos preços já em janeiro, apenas para equiparar os custos. Por isso os moinhos estão repassando preços desde novembro e daqui para frente até fevereiro já tem reajustes. Eu estou olhando março: 2.000 reais o trigo nacional e 2.400 o trigo importado. E um valor de 900 reais no farelo de trigo, porque tem muita fábrica de ração com silo vazio. Hoje nosso custo é 2.100 o importado, 1.700 o nacional e 740 o farelo de trigo. Por que eu acho que vai ser um ano melhor? Porque, devido ao aumento no preço do trigo e das farinhas, certamente vai diminuir a demanda e, com isto, obriga os moinhos trabalharem com margem e não com volume”, completa o moinho.
Nesse contexto, quando se trabalha com volume o mercado fica super ofertado e fica muito difícil concorrer, fica até desleal, com moinhos maiores e os grandes cashcare dominando o mercado. “Com preços elevados, ninguém fica bem comprado de trigo, todos irão comprar da mão-para-a-boca, ninguém joga preços lá em baixo, porque tudo vai ser uma grande incógnita e todos irão andar mais cautelosos. Então eu vejo que poderá ser um ano melhor, para aumento de faturamento, para diluir os custos fixos. Mesmo que a demanda possa ser menor, os resultados podem ser melhores. A tendência do mercado é se ajustar dentro da nova realidade que atingirá a todos, sem exceção”, conclui.