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Abate de bovinos é o mais baixo desde 2004

Manteve-se a retenção de fêmeas por conta do elevado preço do bezerro


Foto: Eliza Maliszewski

No terceiro trimestre deste ano foram abatidas 6,94 milhões de cabeças, o patamar mais baixo para um terceiro trimestre desde 2004. O resultado representa queda de 10,7% em relação 3º tri de 2020 e 2% abaixo do 2º tri de 2021. Os dados são da Estatística da Produção Pecuária, divulgada pelo IBGE.

No abate de bovinos, manteve-se a tendência iniciada em 2020, com a retenção de fêmeas por conta do elevado preço do bezerro. Apesar da retração do abate, o volume de carne bovina in natura exportada foi o mais elevado para um trimestre, considerando a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/ME), com recordes para os meses de agosto e setembro, 181,6 mil toneladas e 187,0 mil toneladas, respectivamente.

“O preço do boi vem subindo por conta de um abate de fêmeas elevado até 2019, o que fez faltar bezerros. Agora os produtores estão retendo mais fêmeas para criar bezerros. Além dessa retenção, houve restrições de exportação para a China, a partir de setembro, o que contribuiu para reduzir o abate. A porcentagem de carne exportada atingiu níveis recordes acima de 30% do total produzido, em equivalência de carcaças. O mercado externo estava com alta participação e esse baque das restrições da China, que responde por quase 60% das exportações de carne brasileira, levou muitos frigoríficos a reduzir o abate. Já os frigoríficos que atendem ao mercado interno estavam trabalhando com margens baixas ou até negativas e isso também desestimula o abate”, diz o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi.

O abate de 829,71 mil cabeças de bovinos a menos no 3º trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, foi ocasionado por reduções em 21 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação acima de 1,0%, as reduções mais significativas ocorreram em: Mato Grosso (-279,94 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-218,62 mil cabeças), Rio Grande do Sul (-131,21 mil cabeças), Rondônia (-83,84 mil cabeças), Paraná (-78,61 mil cabeças), São Paulo (-49,01 mil cabeças) e Santa Catarina (-31,23 mil cabeças). Em contrapartida, as maiores altas ocorreram em: Goiás (+38,15 mil cabeças), Tocantins (+37,15 mil cabeças) e Minas Gerais (+19,08 mil cabeças).

No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 16,4% da participação nacional, seguido por São Paulo (10,9%), e Goiás (10,8%). Mato Grosso do Sul, segundo colocado no 3º trimestre de 2020, caiu para a quarta posição, após a queda de 24,4% no número de cabeças abatidas em comparação com o contabilizado período desta Pesquisa.

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