CI

Ação da Emater/RS-Ascar estimula produtores para adoção de hortas domésticas

A pandemia parece ter feito as pessoas terem mais vontade de se conectar com a terra


Foto: Divulgação

"Como se faz uma horta?". Foi no mês de maio que um levantamento feito pelo Google indicou que a pergunta acima atingiu o seu pico de popularidade, com o interesse mantendo-se constante em junho. A pandemia parece ter feito as pessoas terem mais vontade de se conectar com a terra, com os hábitos simples e com os cultivos mais saudáveis. "E isto dialoga de forma direta com as ações de estímulo a adoção de uma horta doméstica ou da produção para o autoconsumo, que trabalhamos na Extensão Rural com os agricultores", salienta o extensionista da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi.

Com o distanciamento social provocado pela pandemia, a correria do dia a dia, o estresse e o consumismo parecem ter dado lugar a um novo propósito de vida. "E a horta doméstica, uma tradição das famílias rurais, readquire importância", reforça a extensionista Social da Emater/RS-Ascar, Elizangela Teixeira. Não por acaso, a Emater/RS-Ascar oriente os produtores interessados em implantar, ou melhorar, esse tipo de espaço em todas as etapas: da escolha do local, passando pela seleção e plantio das mudas, até chegar ao manejo, a colheita, a pós-colheita e a comercialização.

Instrumento de transformação social, de manutenção da segurança e da soberania alimentar e do bem-estar e da qualidade de vida, a horta doméstica também possibilita a geração de renda para as famílias de agricultores. "Ainda assim o que está no centro desse debate é a garantia da produção de alimentos para o autoconsumo, o que garante acesso alimentos básicos em qualidade, quantidade suficiente e de modo permanente, o que contribui para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral do ser humano", destaca Bernardi, que enfatiza a autonomia das famílias, que ficam menos dependentes do mercado.

Para além dos aspectos mais "sociais", a horta surge naturalmente como um indicativo de alteração de hábitos, de economia, de sustentabilidade e de aumento de contato com a natureza. "Além disso, a horta doméstica pode ser encarada também como um hobby, que nos dá suporte para manter a saúde mental, proporcionando bem-estar", destaca Elizangela. Lidar com terra, com plantas, com flores é também readequar o ambiente para que se estabeleça uma reconexão com a natureza e com as "boas energias". "Também vale para as pessoas da cidade que queiram fazer este investimento", ressalta a extensionista.

Em Imigrante, um trabalho amplo de Segurança e Soberania Alimentar busca estimular os agricultores para a consolidação das hortas domésticas e para a produção para o autoconsumo. De acordo com a extensionista da Emater/RS-Ascar Cristiane Dexheimer, a ação visa a diversificação das propriedades, com o cultivo de alimentos com redução de insumos químicos e promoção de culturas adaptadas à região. A agricultora Nadir Massotti é um exemplo disso: com uma produção sem agrotóxicos garante alimentação saudável para a família, com comercialização do excedente em feiras locais.

Na propriedade em que mora com o marido Altemir e com a filha Nayani Silva, na localidade de Seca Baixa, cultiva há quatro anos cenoura, alface, alho, batata, rúcula, aipim e banana, além de sementes crioulas de pipoca e de alho, plantas medicinais e temperos, que tem também o seu excedente vendido por meio de mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). "Para nós é motivo de orgulho trabalhar com alimentos limpos, saudáveis, seguros, que fazem com que não sejamos tão dependentes do mercado e ainda nos geram renda", pondera Nadir.

O trabalho de fomento visto em Imigrante, com o apoio às famílias em ação direta da Emater/RS-Ascar nas propriedades, ou por meio de eventos coletivos - em um contexto sem pandemia - como encontros, palestras, seminários, oficinas e dias de campo, é repetido em diversos municípios da região e conta com o apoio de prefeituras, secretarias municipais e outras entidades. A Emater/RS-Ascar atua por meio de parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), do Governo do Estado. Dúvidas podem ser tiradas nos escritórios da Emater/RS-Ascar.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.