Ações de gigante disparam após avanço jurídico nos EUA

A forte disparada das ações da Bayer marcou o início da semana nos mercados internacionais e recolocou no centro do debate a disputa judicial envolvendo o herbicida Roundup. O movimento refletiu a reação imediata dos investidores após um novo passo do governo dos Estados Unidos alterar o cenário dos litígios ligados ao glifosato, tema que há anos pressiona a companhia.

O salto ocorreu depois que a administração do então presidente Donald Trump recomendou que a Suprema Corte analisasse o recurso da Bayer para limitar processos que relacionam o produto ao risco de câncer. A disputa acompanha a empresa desde a compra da Monsanto por 63 bilhões de dólares em 2018, operação que incorporou um passivo de grande escala. Com o apoio federal, os papéis da Bayer avançaram mais de 12% nas negociações europeias.

Em documento enviado à Corte, o procurador-geral D. John Sauer argumentou que a legislação federal sobre pesticidas deve prevalecer sobre exigências estaduais de rotulagem. Ele mencionou avaliações oficiais segundo as quais o glifosato provavelmente não é cancerígeno e destacou que os rótulos aprovados não exigem alertas adicionais, defendendo que fabricantes não podem seguir padrões divergentes após validação da agência reguladora.

Analistas consideram que o novo movimento fortalece a estratégia da Bayer para resolver os litígios até 2026. A companhia reserva 6,5 bilhões de euros para processos pendentes e futuras reclamações, valor que pode ser reduzido caso a Suprema Corte revise o entendimento atual. A empresa já desembolsou cerca de 10 bilhões de dólares em acordos, mas novos casos seguem surgindo e mantendo atenção constante sobre seu desempenho no mercado.