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Acordo de exportações será o alívio das sanções à Rússia

É um ponto de atenção a se ressaltar. São interesses geopolíticos que dominam o jogo, e não o objetivo pela paz


Foto: Divulgação

A recente assinatura do acordo entre a Rússia e Ucrânia, intermediado pela Turquia e por representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), para a retomada das exportações de grãos ucranianos pelo Mar Negro. A expectativa agora é que a Ucrânia possa escoar a sua produção, severamente comprometida pelos ataques Russos, e que o país de Putin também tenha um alívio nas restrições sofridas no transporte de commodities. 

De acordo com a análise do professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel, pode representar o alívio das sanções à economia russa e retomada de outras negociações. “Ainda que remota, o que temos nesse cenário é a possibilidade da retomada das negociações de cessar-fogo entre esses dois países do leste europeu”, disse o professor. “Se concretizado, sanções à Rússia, a exemplo da compra de seu petróleo, poderão ser aliviadas”, detalhou Uebel.  Ele também observa que o acordo celebrado não foi assinado diretamente entre a Ucrânia e a Rússia, pois, como explica, são acordos denominados de ‘acordos espelhos’ que foram assinados com a Turquia como mediadora.

No entanto, apesar do cessar-fogo previsto para o transporte das mais 18 milhões toneladas de grãos ucranianos, como milho e trigo, pelo Mar Negro, o professor da ESPM ressalta que tais acordos não são necessariamente negociações de paz. “É um ponto de atenção a se ressaltar. São interesses geopolíticos que dominam o jogo, e não o objetivo pela paz. Essa reabertura dos portos também permitirá aliviar as preocupações com a insegurança alimentar mundial, já que estamos diante de uma real possibilidade de enfrentar um cenário de crise no abastecimento de alimentos”, relembra o professor. Uebel avalia que o conflito entre os dois países do leste europeu que se arrasta há mais de seis meses gerou uma das maiores preocupações das ONU. Não apenas pela insegurança geopolítica gerada, mas pelo cenário de insegurança alimentar e energética que se instalou. A análise foi enviada pela assessoria de imprensa.

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