O Governo do Estado e a empresa Elegê Alimentos anunciaram, hoje (31), um acordo eliminando a aplicação da taxa de extra-cota para o leite entregue na empresa a partir de amanhã (01/11) e até 28 de fevereiro. A medida, inédita na história do setor no Rio Grande do Sul, vai proporcionar uma renda adicional de R$ 5 milhões para 32 mil agricultores que entregam leite na Elegê. O preço pago pela indústria dentro do sistema extra-cota, hoje, é de R$ 0,18 por litro, sendo que o preço médio que será pago ao produtor, com a eliminação da taxa, é de R$ 0,22 por litro. A comunicação foi feita pelo secretário da Agricultura e Abastecimento, José Hermeto Hoffmann, e pelo diretor de Planejamento e de Política Leiteira da empresa, Ernesto Krug.
O secretário da Agricultura lembrou que o governo do Estado vem
participando de inúmeras tratativas tratativas junto ao setor em função da crise nacional do leite. Hoffmann afirmou que a iniciativa tem alto alcance social e as empresas com raízes gaúchas adotam posturas mais adequadas aos interesses do Estado. ?Quando uma empresa é local, tem outra compreensão dos problemas. Esperamos que a Parmalat siga o mesmo exemplo?, salientou.
Para Krug, a medida representa um grande desafio do ponto de vista financeiro, mas é fundamental diante do momento de crise do setor. "Os produtores terão melhores condições de se organizar para o período de entre-safra, onde os preços são melhores”, disse ele. O representante da Elegê também ressaltou a necessidade de ver a atividade leiteira em toda a extensão da cadeia produtiva, lembrando sua importância para a agricultura familiar. Segundo ele, a produção de leite possui a melhor média de renda
líquida por hectare/ano, de R$ 184,00, contra R$ 171,00 da soja.