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Adubação nitrogenada: Preço condiciona precisão de aplicação

No RS se aplica na base logo após o plantio, e outra vez no pré-espigamento


Produtores devem buscar informações quanto ao tipo de cultivar que estão plantando e sua reação após a aplicação do nitrogênio, pois há uma variação conforme o material genético utilizado
 
Incrementar nitrogênio nas culturas tem mostrado um aumento no potencial de produtividade, e os produtores apostam na utilização destas novas atitudes buscando uma maior rentabilidade para suas lavouras. Devido à deficiência natural de nitrogênio no solo, a aplicação da adubação nitrogenada é fator fundamental nesta segurança de produtividade, principalmente nas culturas de trigo, pois as gramíneas não são capazes de fixar nitrogênio do ar, como a soja e o restante das leguminosas.

Normalmente a fonte mais viável economicamente é a uréia, e sua quantidade é relativa ao teto produtivo que se almeja alcançar, não deixando a aplicação de outros nutrientes igualmente importantes para um bom desenvolvimento produtivo, contudo, a adubação nitrogenada trata-se de um dos principais insumos para a potencialização do rendimento do trigo.

“Os demais nutrientes são necessários da mesma forma, porém como são aplicados uma única vez no início plantio. Já o nitrogênio entende-se ser necessário ser distribuído durante o ciclo, pela simples razão de ser um ingrediente móvel, podendo ir embora com a chuva, por exemplo”, explica o gerente de Negócios da Biotrigo Genética, André Cunha Rosa.

Esta distribuição, em diferentes fases da cultura está gerando grande polêmica e diversas opiniões de especialistas. Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires, a empresa segue e indica aos produtores baseados em suas pesquisas. “Prezamos por uma recomendação correspondente às pesquisas realizadas por nossos especialistas nesta área, pois em adubação nitrogenada não existe ainda uma receita única, por isso indico aos produtores buscarem informações quanto ao tipo de cultivar que estão plantando e sua reação após a aplicação do nitrogênio, pois há uma variação conforme o material genético utilizado”, explica o pesquisador.

O conjunto de práticas que se deve atentar quanto ao assunto de adubação à base de nitrogênio, referidas pelo pesquisador da Embrapa, correspondes às mudanças de resultados, são, por exemplo, indicadas nas mudanças climatológicas variáveis nos últimos anos, momentos diferentes de indicação para aplicação, produtos com fórmulas diferentes de nitrogênio, região aplicada, entre outros.

Segundo o André Cunha Rosa, está sendo preconizada a distribuição deste adubo em mais de uma fase da produção. “O tradicional do Rio Grande do Sul é se aplicar na base logo após o plantio, e outra vez no pré-espigamento. Esta divisão de adubação possibilita um melhor aproveitamento deste nitrogênio pelas plantas”, esclarece o gerente de negócios acrescentando da fase fundamental de aplicação para o desenvolvimento da planta. “Uma maior dose, próximo ao perfilhamento é muito importante, pois é nesta fase que se define os componentes de rendimento, como tamanho de grão. Caso o produtor que tiver condições e deseja atingir um potencial maior poderá pensar em uma terceira aplicação, em uma intermediária, 20 dias depois do perfilhamento” , completa André Cunha Rosa.

O pesquisador da Embrapa Trigo atenta para a análise inicial de diferentes contextos para a tomada de decisão da aplicação da adubação nitrogenada. “A tendência nos últimos anos vista é de uma partição da aplicação, uma no perfilhamento e outra no florescimento objetivando uma melhorar qualidade. Reitero que é uma possibilidade, entretanto é imprescindível o conhecimento de cada material, pois já comprovamos através de pesquisas na Embrapa que para certos tipos de materiais esse incremento não tem contribuído com qualidade”, explica João Leonardo, comentando que as informações estão disponíveis, apenas cabe ao produtor se adequá-las.

Outra questão importante de ser analisada pelo produtor diz respeito ao alto custo atual de adubação nitrogenada, registrando um aumento, após a alta do dólar, de mais de 30%, ultrapassando o preço da tonelada em R$1300. “Ficou um insumo que mais do que nunca a gente precisa usar muito bem, pois o elevado custo tem sido o fator a desistência do cultivo de trigo por alguns produtores”, pondera André Rosa.

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