Agricultores dos EUA querem "confronto" com México por OGMs

Agricultores nos Estados Unidos estão instando seu governo a desafiar a iminente proibição mexicana de milho geneticamente modificado (GM) sob um acordo regional de livre comércio, alertando para bilhões de dólares em danos econômicos para ambos os países.

Um decreto do final de 2020 do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, eliminaria gradualmente o milho transgênico e o herbicida glifosato até 2024. Os defensores da proibição dizem que as sementes transgênicas podem contaminar as antigas variedades nativas do México e apontam para pesquisas que mostram os efeitos adversos do glifosato.

O México se orgulha de ser o berço do milho moderno, mas importa cerca de 17 milhões de toneladas de milho dos EUA por ano e está a caminho de importar ainda mais este ano, disseram especialistas.

Alguns no governo do México, incluindo o ministro da Agricultura Victor Villalobos, sinalizaram que as importações de milho amarelo para ração animal não serão interrompidas. Os agricultores dos EUA continuam cautelosos, já que nenhum documento oficial afirma isso, de acordo com um funcionário da agricultura dos EUA familiarizado com reuniões recentes com autoridades mexicanas. Além disso, Lopez Obrador disse este mês com firmeza: "Não aceitamos milho transgênico".

O milho para consumo humano, incluindo o milho branco usado em produtos alimentícios como tortilhas, representa entre 18% e 20% das importações totais de milho dos EUA pelo México. Ainda há dúvidas sobre se essas importações de transgênicos serão eliminadas até 2024.

O regulador de saúde do México, COFEPRIS, não autorizou novas cepas de sementes de milho GM resistentes ao glifosato para importação desde 2018. A Associação Nacional de Produtores de Milho, representando os agricultores dos EUA, quer que o Representante Comercial dos EUA (USTR) inicie um processo de resolução de disputas sob o pacto comercial USMCA , que inclui Canadá e México.