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Agricultura familiar impulsiona venda de máquinas

As vendas de máquinas agrícolas em janeiro superaram as expectativas. No mercado interno, houve acréscimo de 7% em relação a janeiro de 2008


Seu Célio Effting trabalha com gosto, contente que só. No sítio de 30 hectares, ele está preparando a terra pra plantar a safrinha. A diferença é que, agora, faz o serviço de máquina nova.

Seu Célio tinha um trator na propriedade, mas era em sociedade com o pai e o cunhado. Agora, ele se orgulha de ter uma máquina só dele. Apesar de já tê-la usado em vários serviços, o produtor só começa a pagar o investimento daqui a dois anos. “Vai melhorar tudo, agora eu tenho o trator na hora que eu preciso. Antes, dependia dos outros”, explica.

As vendas de máquinas agrícolas em janeiro superaram as expectativas. No mercado interno, houve acréscimo de 7% em relação a janeiro de 2008 – resultado do movimento de pequenos produtores, que adquiriram tratores por meio dos programas de incentivo dos governos federal e estaduais, como explica o diretor comercial de uma das maiores indústrias de máquinas no Brasil. “No início do ano, normalmente o volume de tratores é baixo. Com os programas, houve uma elevação nas vendas”, afirma Luiz Feijó, da New Holland.

Em todo o Brasil, funciona o programa Mais Alimento, do governo federal, com verba do Pronaf. Além disso, dois estados – São Paulo e Paraná – têm programas próprios para financiamento de tratores. De modo geral, eles financiam até R$ 100 mil em dez anos. Os juros variam de zero a 5% ao ano, dependendo do programa e da renda do agricultor.

Durante a semana, em Cascavel, no oeste do Paraná, pequenos agricultores lotaram os estandes de vendas de tratores no show rural. E não foi só pra olhar que o seu Laurindo Sabatino subiu no trator em exposição: foi pra comprar. “Faz quatro ou cinco anos que estamos querendo mudar o trator, o que temos está bem fraquinho. Graças a Deus, a gente se enquadra na produção de milho e feijão do Mais Alimentos e hoje chegou o trator que nós esperávamos”, diz o agricultor, animado.

Para a Associação Brasileira de Máquinas, as vendas com incentivo garantiram o equilíbrio durante a crise . “É um programa extremamente interessante, mas, mais do que isso, leva o produtor a adquirir tecnologia, produzir mais e ter renda – o que, sem máquina, é muito difícil”avalia, Francisco Matturro, da Câmara Setorial de Máquinas da Abimaq.

Quem quiser obter um financiamento nesses programas sociais precisa procurar o escritório local das empresas de assistência técnica ou das secretarias de agricultura. O crédito sai pelos bancos oficiais.

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