Agrifintechs, fintechs estão ganhando espaço no Brasil

As agrifintechs, fintechs que atuam no segmento agro, estão ganhando espaço no Brasil, atendendo principalmente aos pequenos e médios agricultores, que têm mais dificuldade de acesso aos financiamentos oferecidos pelos grandes bancos. As agrifintechs estrangeiras têm cada vez mais procurado o Brasil como opção para suas operações, diante do enorme potencial do agronegócio no país.

Dentre as companhias que atuam nesse nicho, há aquelas que operam apenas com crédito, facilitando o acesso ao capital, financiando a expansão da agroindústria e oferecendo ferramentas de mensuração de risco para contratos financeiros. Há também as que oferecem tecnologia e apoiam os agricultores no gerenciamento de seu negócio.

Um dos maiores especialistas em inovação no mercado financeiro, Bruno Diniz, diretor da Financial Data & Technology Association (FData) e sócio da Spiralem Innovation Consulting, afirma que as agrifintechs devem ser uma forte tendência em 2022.

“O potencial do mercado é gigantesco e alguns fundos de venture capital começam a olhar de forma mais atenta para esse tema na América Latina e no Brasil, investindo recentemente em companhias como a brasileiras Nagro, Agrofy e Terramagna. Vemos também a chegada de players internacionais para a região, como a Farmer's Buyers Network (FBN), algo que pode se intensificar este ano".

Nos EUA e Reino Unido, as agrifintechs já são uma realidade há vários anos. No Reino Unido, um dos principais mercados das fintech do mundo, em 2020 surgiu o Oxbury Bank – banco digital que possui foco no nicho agro britânico. O Oxbury Bank tem como meta atingir participação de 8% nos empréstimos agrícolas até 2025.

Nos EUA, a FBN, startup de tecnologia que atende mais de 30 mil agricultores que cultivam 32 milhões de hectares usando sua plataforma, iniciou as atividades em 2014 e oferece dados agrícolas com a intenção de ajudar os agricultores a realizarem um melhor gerenciamento dos dados do seu negócio e obter percepções uns dos outros em temas como seleção de grãos, comparação de produtividade e realização de benchmarking para melhoria de desempenho.