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Agroindústria já perdeu US$ 60 milhões com bloqueio russo para compra de carne suína


As agroindústrias baseadas em Santa Catarina já deixaram de faturar US$ 60 milhões desde dezembro quando foram suspensas pela Rússia as compras de carne suína produzidas no Estado. A estimativa do Sindicato da Indústria da Carne (Sindicarne) foi apresentada ontem ao secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, durante uma reunião com a cadeia da suinocultura. O secretário Sopelsa disse que o problema do mal de Aujeszky, que não afeta humanos, causou "mal estar nas relações com a Rússia". Os russos pediram mais detalhes sobre a situação no Estado e os focos de aftosa no Norte do país. "Apenas Santa Catarina está sendo prejudicada com a decisão da rússia", comentou.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Benhur Böhrer, disse que nem todas as agroindústrias estão conseguindo transferir a produção destinada a Rússia para outras plantas fora do Estado. "Algumas não possuem plantas fora de Santa Catarina e outras não estão capacitadas", observou. A Rússia suspendeu apenas as compras de Santa Catarina. Algumas empresas continuam exportando por outros Estados e a produção catarinense está sendo usada para abastecer o mercado doméstico.

As agroindústrias ainda esperam a decisão da Rússia sobre o sistema de cotas para saber quando caberá ao Brasil. Ano passado, Santa Catarina foi responsável por 70% das exportação para Rússia. "Não temos qualquer informação sobre quanto caberá ao país este ano, mas certamente teremos muita disputa com grandes produtores, como Estados Unidos e União Européia", salienta. A Rússia informará, em março, de quais países comprará as 450 mil toneladas de carne suína que importará até abril de 2004.

O secretário de Articulação Internacional do governo catarinense, Roberto Colin, disse ontem ao secretário Sopelsa que as negociações com a Rússia estão muito difíceis. "Estamos trabalhando com a possibilidade de voltar a exportar em abril." O Estado está fazendo a sorologia, por amostragem, do rebanho suíno e os resultados serão encaminhados ao Ministério da Agricultura e depois a Rússia.

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