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Agrotóxicos à base de cihexatina serão banidos do Brasil

A norma da Agência determina, ainda, a proibição imediata da importação e o registro de novos agrotóxicos à base dessa substância


Agrotóxicos à base da substância ativa cihexatina serão retirados do mercado brasileiro até novembro de 2011. É o que prevê resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada na sexta-feira passada (12). A norma da Agência determina, ainda, a proibição imediata da importação e o registro de novos agrotóxicos à base dessa substância.

“Com essa medida o Brasil segue uma tendência mundial, a cihexatina já foi banida dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Áustria, Belize, Kuwait, Laos, Suécia e Tailândia”, explica Luiz Cláudio Meirelles, gerente geral de Toxicologia da Anvisa. Produtos à base de cihexatina também tiveram o registro cancelado na Austrália, Filipinas, Líbia, Nova Zelândia e União Européia.

A cihexatina é utilizada na fabricação de sete agrotóxicos, registrados principalmente para a citricultura. Antes da reavaliação, o agrotóxico podia ser aplicado nas culturas de maçã, morango, pêssego, café e berinjela.

Estudos em laboratório com ratos, coelhos e camundongos mostram graves riscos à saúde. Os principais efeitos da cihexatina são malformações fetais, em especial a hidrocefalia. As experiências provaram ainda risco de aborto, efeitos sobre o sistema reprodutivo, danos à pele, pulmões, visão, fígado e rins, entre outros. As doses em que apareceram esses efeitos nos animais sugerem que a cihexatina não é segura para os trabalhadores rurais, consumidores das culturas tratadas e população em geral.

Transição
Durante esses dois anos que ainda será permitida no Brasil, a cihexatina só poderá ser utilizada para a cultura de citros, no estado de São Paulo, para o controle da resistência do ácaro da leprose. Nesse período, o Limite Máximo de Resíduos permitido para substância foi reduzido de 0,5 mg/kg para 0,01 mg/kg. Isso significa que cada quilo de alimento só poderá conter 0,01mg de resíduo da substância.

O intervalo de segurança para aplicação da substância também aumentou de 30 para 90 dias, ou seja, deverá ser garantido o prazo de no mínimo 90 dias entre a última aplicação do agrotóxico e a colheita dos citros tratados. O uso da cihexatina para as culturas de morango, pêssego, café, maçã e berinjela está proibido imediatamente.

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