Alerta ligado para o milho
“O sucesso da safra dependerá do equilíbrio entre clima, manejo e gestão"
“O sucesso da safra dependerá do equilíbrio entre clima, manejo e gestão" - Foto: Pexels - Pixabay
O fenômeno climático La Niña, ainda que de baixa intensidade, deve alterar o regime de chuvas no Brasil até o outono de 2026, segundo análises da Biond Agro. A prolongada duração do evento acende o alerta especialmente para o desenvolvimento da soja e a safrinha do milho, que podem enfrentar oscilações hídricas e térmicas nas principais regiões produtoras do país.
Modelos do CPC/NOAA indicam cerca de 55% de chance de retorno à neutralidade entre janeiro e março de 2026, o que reforça o risco de irregularidade climática entre dezembro e fevereiro, fase crítica para soja, milho e algodão. De acordo com Isabella Pliego, analista da Biond Agro, o resfriamento do Pacífico aliado ao aquecimento do Atlântico Sul deve intensificar contrastes: mais chuvas no Norte e Nordeste e períodos secos com calor elevado no Centro-Sul.
“Mesmo sendo de baixa intensidade, este La Niña tem potencial relevante em duração e impacto, justamente por coincidir com um momento de transição climática e alta sensibilidade na produção agrícola brasileira”, explica Isabella Pliego, analista de inteligência e estratégia da Biond Agro.
O Centro-Oeste, especialmente o Mato Grosso, avança no plantio com mais de 60% da área já semeada em outubro, favorecido por boas condições de umidade. Já o Sul, principalmente o Rio Grande do Sul e o oeste catarinense, deve enfrentar estiagens e risco de queda na produtividade. “O sucesso da safra dependerá do equilíbrio entre clima, manejo e gestão. Com informação e planejamento, o La Niña pode deixar de ser um risco e se transformar em oportunidade de eficiência e rentabilidade”, conclui a analista da Biond Agro.