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Anvisa reforça controle na fronteira com Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai

Gripe suína: Anvisa reforça controle na fronteira com Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai


BRASILIA e SÃO PAULO - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está reforçando o controle de passageiros vindos de países do Mercosul para acompanhar possíveis casos suspeitos da nova gripe. Viajantes que chegam da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, onde os casos de influenza A (H1N1) têm aumentado, terão de preencher documento com informações sobre o estado de saúde. As medidas foram anunciadas nesta segunda-feira e valem para portos e aeroportos de todo o país.

A apresentação do documento será obrigatória para a entrada no país. O formulário será distribuído dentro do meio de transporte e deverá ser apresentado por cada passageiro, inclusive as crianças, cujos pais serão responsáveis pelos dados. Foram impressos 500 mil formulários que estão sendo distribuídos nos portos, aeroportos e áreas de fronteiras. O tempo médio de preenchimento do documento é de cinco minutos.

Além disso, as companhias aéreas serão obrigadas a fornecer a lista de passageiros junto com a Declaração Geral da Aeronave no momento da chegada do avião. Todas as medidas adotadas anteriormente continuam em vigor.

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, que reforçou a fiscalização de viajantes na fronteira com a Argentina e Uruguai, negocia com o Ministério da Saúde a criação de um observatório de Vigilância Sanitária. Segundo o secretário Osmar Terra, a intenção é instalar o observatório em Posadas e o governo argentino operará uma estrutura semelhante em Porto Alegre. O acordo deve ser fechado em julho, durante visita do ministro José Gomes Temporão ao estado.

O secretário de Saúde do Rio Grande do Sul lembra que outras doenças, como a leishmaniose, tem entrado no Brasil via Argentina. Neste momento, o estado registra oito casos de leishmaniose em São Borja, na fronteira argentina, com mais de 300 cães sacrificados. De acordo com terra, a Argentina já tinha registros anteriores da doença na região. O mesmo ocorreu com a febre amarela, que chegou ao Brasil via Argentina.

Para Osmar Terra, no entanto, seria exagero neste momento recomendar que as pessoas deixem de viajar para a Argentina por conta da gripe suína.

- A taxa de letalidade da gripe suína está em 0,5%. É menor do que a da gripe comum, que é de 3% por causa das doenças respiratórias - afirma Terra.

Segundo ele, a gripe suína nem de longe alcança o risco imaginado inicialmente, semelhante ao da gripe aviária, cuja taxa de letalidade chegava a 63%.

Terra afirma que os turistas que seguirão para a Argentina nas férias de julho adotem cuidados básicos, como evitar grandes aglomerações e higienizar as mãos com frequencia.

- A doença é de baixo risco. Com a gripe suína, vamos desenvolver os instrumentos necessários para acompanhamento de doenças entre os países - explica Terra.

Segundo o infectologista David Uip, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, o aumento nos casos de gripe suína ocorreram depois do feriado de Corpus Christi. Muitos dos novos infectados, segundo ele, são oriundos da Argentina.

- Temos de ter bom senso e evitar aglomerações. Nós estamos numa situação de aumento. Se essas aglomerações puderem ser evitadas, porque não evitá-las? - diz o médico, ao comentar as férias antecipadas em duas escolas de São Paulo.

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