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Ao contrário do País, safra de grãos do PR deve fechar em queda

Incremento do trigo nesta safra deve ser de 33,8%



A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quarta-feira (09.07) o 10º levantamento da produção de grãos da safra 2013/14. A pesquisa estima uma produção de 193,87 milhões de toneladas, valor 2,8% acima da safra anterior, que fechou em 188,66 milhões. Em relação à última estimativa, divulgada em junho, o aumento foi de 0,15% ou 304,2 mil toneladas. O trabalho ocorre em parceria da Conab com agrônomos, técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural, entre outros.

Alguns produtos superaram a produção passada. A soja, por exemplo, o incremento é de 5,9% (ou 4,77 milhões de toneladas), do trigo, 33,8% (1,87 milhão de toneladas) e do algodão em caroço, com 29,1% (586,5 mil toneladas). Já o milho teve queda na primeira safra (retração de 7,4%), na segunda safra (1,6%), fechando com uma diminuição total de 4,1% .

No Paraná, a última estimativa divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), mostra que o Estado não conseguirá fechar a safra de grãos com o percentual positivo como estima a Conab em território nacional. O último levantamento da entidade, do final de junho, projeta uma diminuição de 2% no volume: com 35,75 milhões de toneladas contra 36,46 milhões do ciclo passado.

No caso da soja, por exemplo, houve um incremento de área de 5% - de 4,67 milhões de hectares para 4,91 milhões hectares -, mas a retração na produção acabou sendo de 7%, fechando em 14,61 milhões de toneladas. "Os preços estavam bons e o produtor optou pela oleaginosa, mas tivemos uma quebra na safra de 2 milhões de toneladas devido à estiagem no início do ano no Estado, o que acabou influenciando diretamente nos números da safra de grãos paranaense", explica o técnico do Deral, Marcelo Garrido.

Outro fator que influenciou diretamente a queda no volume produzido foi a redução da área de plantio de milho. Como a produtividade da commodity é maior, isso influencia diretamente no balanço total. Na primeira safra, a queda na área de plantio de milho foi de 24%, de 875,9 mil hectares para 668,3 mil hectares, e a redução da produção com o mesmo percentual, fechando em 5,37 milhões de toneladas. Na segunda safra, a área de plantio caiu 12% e a produção 3%. "O milho acabou se tornando segunda opção, perdendo espaço para a soja na primeira safra e para o trigo, na segunda", compara Garrido.

Aliás, é graças ao trigo que o Paraná pode atingir a marca dos 35 milhões de toneladas e fechar com números negativos mais suaves. A estimativa do Deral é de uma produção do cereal de 4 milhões de toneladas, um incremento de 112% frente à safra passada. O crescimento da produção do trigo se deve principalmente aos problemas climáticos do ano passado, com fortes geadas verificadas em algumas regiões do Paraná. No momento, os dados de campo apontam que 82% da cultura já foi plantada. "Ficamos na expectativa desses números se confirmarem. De modo geral, não teremos uma safra recorde, mas interessante para o produtor", complementa o técnico da entidade.

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