CI

Apenas um código vai identificar frutas no mundo


Essa foi a primeira reunião entre representantes das quatro regiões que integram a Federação Internacional para Codificação de Produtos Hortículas (IFPC), entidade que busca uma padronização mundial para o PLU - Price Look-Up - código de quatro números que, combinados, identificam corretamente a variedade e diferentes padrões de comercialização do alimento

Precedido do sinal gráfico de sustenido (#) e impresso em pequenas etiquetas adesivas, esse código nasceu nos EUA e Canadá há 12 anos e mostrou-se extremamente eficiente para tornar mais ágil e precisa a identificação e precificação dos produtos vendidos em unidades ou a granel, sobretudo frutas, legumes e verduras.

Cinco anos após o surgimento na América do Norte, o PLU passou a ser utilizado em países como Inglaterra, França, Austrália e Nova Zelândia. Somente nos últimos anos a tecnologia chegou, embora ainda incipiente, à América do Sul, tendo Brasil e Chile como os principais interessados em sua utilização.

O problema dessa implantação desordenada é que cada país ou região determinou códigos diferentes para os mesmos produtos, trazendo dificuldades para o comércio internacional e para o uso generalizado do PLU nas grandes redes varejistas do mundo. A IFPC foi criada para resolver esses problemas e buscar a unicidade na aplicação.

Na prática, como explica o inglês James Saunt, presidente da IFPC, "esta ausência de padronização traz prejuízos para o produtor, o varejista e, claro, o consumidor. Afinal, quando não identifica corretamente um produto específico, o produtor acaba vendendo frutas de tipos, características e qualidade diferentes por um único preço. Por sua vez, o varejista acaba repetindo o erro e perdendo dinheiro ou, então, onerando o bolso do consumidor, vendendo frutas de qualidade inferior pelo mesmo preço daquelas de características superiores".

No Brasil, a integração a este processo vem sendo liderada pela Associação Brasileira de Automação (EAN BRASIL) e pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Roberto Matsubayashi, gerente de Soluções de Negócios da EAN BRASIL, explica que alguns grandes varejistas brasileiros há tempos reclamavam da necessidade de um código de identificação. Com a adoção do PLU, o próprio consumidor será melhor informado sobre o produto que está adquirindo.

"Ele identificará pelo código o produto que mais gostou e fará suas compras distinguindo, por exemplo, entre os vários tipos de maçã disponíveis. Um outro grande benefício para o consumidor será o aumento na variedade de produtos ofertados, hoje bastante limitada nas redes de supermercados, exatamente pela dificuldade de identificação no check-out. Isto certamente representará também aumento de vendas para os produtores de hortifrutícolas", afirma Matsubayashi.

Para o produtor brasileiro que mira o mercado globalizado, uma adesão de primeira hora ao PLU pode significar importante diferencial, explica Matsubayashi, salientando que os segmentos melhor organizados tendem a se beneficiar rapidamente da padronização.

Produtos como laranja, maçã, abacaxi e banana, só para citar alguns exemplos, devem mesmo ser os primeiros a receber um PLU globalizado. Isto porque as diferentes categorias e qualidades dessas frutas já foram definidas dentro do Programa Brasileiro para Melhoria dos Padrões Comerciais e de Embalagens de Hortifrutigranjeiros, patrocinado pelo Ministério da Agricultura.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.

2b98f7e1-9590-46d7-af32-2c8a921a53c7