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Área e produção de algodão devem cair

Segundo projeção da Conab a demanda externa desaqueceu com a pandemia


Foto: Marcel Oliveira

O algodão brasileiro avançou nos últimos anos e alcançou a segunda posição na exportação mundial com destaque para qualidade e sustentabilidade. Na safra 19/20 expectativa de volume recorde de 2,3 milhões de toneladas, um avanço de 5,4 % em relação à safra anterior. A área plantada cresceu 3,3%, fechando em 1,67 milhão de hectares. A produtividade média também avançou em 2,1% com 1,753 kg/hectare e, finalmente, o consumo também cresceu para 700 mil toneladas em 2019. 

Entre janeiro e julho de 2020 o volume exportado avançou em 57%, com 913 mil toneladas enviadas. Segundo o USDA a pandemia mudou o cenário. A demanda mundial, que vinha aquecida, sofreu muito e desacelerou caindo 15 %, demandando 22,3 milhões de toneladas. Com isso os estoques ficaram 25% maiores.

Com isso a safra 20/21 deve ter redução em vários aspectos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a demanda incerta e muitos produtores saindo do mercado do algodão e retornando para o plantio de milho e soja, que estão com a margem de lucro aumentada, devem puxar a área plantada para baixo. A estimativa é de cair 10,5%, com 1,49 milhão de hectares.

O consumo interno deve ficar no patamar que se tinha nos anos 1980, com 570 mil toneladas ou 18% a menos que em 2019. Na exportação deve haver alta de 19%, com 1,92 milhão de toneladas. Com mais de 80% da safra 2019/20 já comercializada, o desafio agora é evitar possíveis cancelamentos que impeçam a efetivação da entrega dessa pluma já vendida. Diante da grande produção brasileira e do enfraquecimento da demanda interna e externa, devido à pandemia, os estoques brasileiros poderão crescer quase 30%, ficando em 2 milhões de toneladas até o final deste ano.

Segundo o USDA a tendência de queda não é só no Brasil. São vários os motivos da retração mundial e a expectativa é 5,8% menos algodão plantado. Os três maiores produtores, Índia, China e EUA, terão uma menor área plantada na safra 2020/21. Os EUA, maior exportador de pluma do mundo, terá uma área 11,3% menor e o Texas, um dos maiores produtores enfrenta estiagem, podendo afetar qualidade e produtividade.

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