ARGENTINA: frio fora do comum traz atrasos na emergência
O clima seco e frio favoreceu os trabalhos de campo enquanto retardou a germinação dos grãos

O clima frio na Argentina tem provocado um atraso na emergência dos grãos de inverno, segundo o último boletim semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A condição climática, apesar de seca, foi dominada por temperaturas mais baixas do que o normal, o que ajudou no suporte ao trabalho de campo, mas retardou a germinação dos grãos de inverno.
Em todas as principais áreas agrícolas do país, as temperaturas médias semanais estavam 2 a 4°C abaixo do normal. Geadas com temperaturas noturnas variando entre -6 a 0°C foram registradas em todas as áreas agrícolas, exceto as mais ao norte.
Relativamente às chuvas, apenas chuvas leves a moderadas, variando de 5 a 25 mm, foram registradas e concentraram-se próximo às fronteiras com o Brasil e o leste do Paraguai. Em quase todo o resto do país, a seca foi a condição predominante.
De acordo com o governo da Argentina, até o dia 15 de junho, a colheita de milho estava em 51%, uma queda em comparação com os 61% registrados no mesmo período do ano passado. Já a colheita de soja estava em 97%, ligeiramente abaixo dos 99% do ano anterior. Enquanto isso, a colheita de algodão estava em 62%, uma melhora em relação aos 59% do ano passado.
No caso dos grãos de inverno, o trigo e a cevada estavam com 36% e 21% plantados, respectivamente. O clima frio tem afetado a taxa normal de plantio e pode resultar em atrasos futuros caso as condições climáticas permaneçam as mesmas.
A continuação desse clima frio e seco pode ter implicações significativas para a produção agrícola da Argentina, uma vez que atrasa o plantio e a colheita. Os agricultores e especialistas do setor estão atentos à evolução do clima nas próximas semanas, que será crucial para determinar o resultado final das safras deste ano.
Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*