Argentina tem queda de 21% no esmagamento de soja
País tende a processar 80% da safra no mercado interno
O volume de soja esmagada na Argentina durante o mês de agosto caiu 21% no ano para pouco menos de 3,3 milhões de toneladas, à medida que os esmagadores continuaram a enfrentar margens ruins devido à menor venda de agricultores, mostraram dados oficiais do governo nesta terça-feira. Cerca de 50% das fábricas do país estão paradas, segundo informou a T&F Consultoria Agroeconômica.
“A Argentina – terceira maior produtora de soja do mundo – tende a processar mais de 80% de sua safra no mercado interno, tornando-se o maior exportador mundial de óleo de soja e farelo de soja, mas as indústrias têm lutado para fazer sua operação funcionar este ano. Os agricultores argentinos mantiveram seus produtos como cobertura para a contínua desvalorização do peso, à medida que o país continua a lutar contra sua enorme dívida externa e a crise em curso do covid-19, tornando difícil para os esmagadores se apossarem do grão. Embora tenha sido o pior resultado para o mês de agosto desde 2012, a queda no nível de soja processada era esperada pelo mercado”, comenta.
As margens brutas de esmagamento – excluindo quaisquer custos fixos – na Argentina tiveram uma média em agosto de US$ 17,22/t, de acordo com cálculos, em comparação com US$ 17,15/mt em julho e níveis ao norte de US$ 35/t no início do ano. "O mercado estava esperando talvez um pouco mais ... mas a situação é ruim", afirmou um corretor para a T&F, acrescentando que o número esperado estava avaliado em 3,4 milhões de t.
“O resultado de agosto de 2020 caiu 6,2% em relação a julho e ficou bem abaixo da média de cinco anos para o mês de agosto de 4,15 milhões de toneladas. A Argentina esmagou 25,55 milhões de t de soja nos primeiros oito meses de 2020, 2,6 milhões de t a menos que o volume que foi processado no mesmo período de 2019 e abaixo da média de cinco anos de 28,14 milhões de t”, conclui.