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O arroz de sequeiro (ou de terras altas) mostra incremento no Brasil, onde se concentra nas regiões Central, Nordeste e Norte, a partir de estímulos de preço melhor e outros fatores, como a rotação de culturas. Na Safra 2024/2025, o índice apurado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) até abril deste ano era 12,7% maior do que no irrigado (5,6%), no comparativo com o ciclo anterior. A produtividade média também cresceu 5,7%, gerando acréscimo de 19,1% na produção, que chegou a 1 milhão de toneladas.
O maior produtor da modalidade é o Mato Grosso, onde o crescimento da área já havia sido registrado na safra passada e o estimado para a atual é de 17,3%, para 112,5 mil hectares. O cultivo se destaca sobretudo no Norte do Estado, como alternativa viável e rentável de segunda safra, no sistema de rotação de culturas, e com novas cultivares, como a recém-lançada BRS A504CL, da Embrapa, voltadas para esse tipo de manejo.
O consultor comercial Fábio Fadanelli observa que o arroz é uma cultura viável e está sendo muito lucrativa, entrando em rotação com soja, em pivô central, na abertura de áreas e também em reforma de pastagens. "Antigamente, era considerada patinho feio; hoje não, com o produtor fazendo todos os tratos culturais necessários para que possa produzir bem, chegando a altas produtividades e consequentemente ganhando dinheiro", avalia.
Adriano Lopes, também profissional técnico da agricultura e sediado na região de Matupá (MT), verifica ainda alguma timidez na escolha do arroz por falta de armazenagem suficiente, mas prevê aumento do plantio nas próximas safras, o que também poderá incrementar a implantação de novos armazéns. "O arroz tem um bom valor agregado, aliado a um custo menor por hectare se comparado ao que o produtor precisa para abrir áreas e implantar a cultura da soja", comenta.