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Arroz sobrevive a inundações com mecanismo genético 

O objetivo da pesquisa é desenvolver variedades adaptadas a grandes volumes pluviométricos a longo prazo


Pesquisadores japoneses em parceria com a Cornell University, dos Estados Unidos, descobriram um novo mecanismo genético que permite que algumas plantas de arroz consigam sobreviver a inundações durante meses. Através do estudo foi possível identificar uma mutação do gene semi-anão 1 (SD1), que é responsável por desencadear um rápido crescimento no arroz, fazendo com que ele mantenha seus brotos acima da água. 

Com a identificação desse gene, os pesquisadores têm objetivo de desenvolver outras variedades adaptadas a condições de grandes volumes pluviométricos a longo prazo. Susan McCouch, professora de genética de plantas da Cornell University e autora sênior do estudo publicado na revista Science, explica que a pesquisa busca compreender como as plantas de arroz podem se adaptar naturalmente ao meio em que estão inseridas e como elas respondem as mudanças nesse ambiente a fim de buscar uma solução para manter uma boa produtividade da planta mesmo em condições não favoráveis. 

“À medida que a mudança climática desencadeia mudanças radicais nos padrões climáticos, outras formas de variação genética enigmática encontradas em reservatórios genéticos selvagens podem oferecer soluções adaptativas para ajudar os criadores a ajustar as variedades modernas de arroz para enfrentar os desafios das futuras condições de crescimento”, comenta. 

Segundo ela, um exemplo disso é o arroz cultivado em águas profundas, que cresce mais rapidamente enquanto está submerso e volta a se desenvolver em velocidade normal quando é exposto a condições normais.  Esse tipo de arroz tem capacidade de crescer até 25 cm por dia em épocas de alagamento e pode chegar a medir até 7 metros de altura para manter seus brotos acima da água. 

Na pesquisa, os cientistas observaram que o acumulo de gás etileno na água é detectado pelo gene SD1 de plantas de arroz submersas, o que faz com que ele desencadeie uma resposta genética provocando um rápido aumento do hormônio giberelina, que por sua vez promove o crescimento e alongamento do caule da variedade. O estudo foi financiado pela Agência de Ciência e Tecnologia do Japão, pela Canon Foundation, pela National Science Foundation e também pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). 

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