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Asgav afirma que vendas de frango no mercado interno não devem crescer este ano


A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) apresentou ontem (18-03) o balanço de 2002 e um prognóstico para este ano. O faturamento de 2003 com as vendas no mercado interno deve permanecer o mesmo do ano passado, e ainda existe a possibilidade de queda. Conforme o relatório da associação, a participação do Estado no ano passado no cenário nacional mostrou recuo de 9,3%, que passou de R$ 688,2 milhões em 2001, para R$ 623,8 milhões. A produção também apresentou retração, de 529,4 milhões de toneladas em 2001, para 462,1 milhões de ton em 2002, baixa de 12,7% . Este foi o pior ano da avicultura gaúcha segundo avaliação do presidente da Asgav, Paulo Vellinho.

Para compensar a queda no faturamento, a solução foi aumentar o volume de exportação da carne de frango. A avicultura gaúcha teve um crescimento de 29,7% nas vendas externas, passando de 347,1 milhões de toneladas em 2001 para 450,2 milhões de ton em 2002. A participação do Estado nas exportações do país foi de 27,7%, e o faturamento de US$ 385,5 milhões. A Rússia, um dos principais importadores de frango do Brasil, mais que dobrou sua participação em 2002, passando de 8% em 2001 para 19%. Entretanto, Vellinho reconhece que o aumento no volume de exportações pode resultar em excesso de oferta e conseqüentemente derrubar os preços. Além disso, mercados como a Rússia já perceberam o alto volume de importação e estão restringindo o produto brasileiro, uma tendência, segundo ele, que já ocorreu em outros países e deve continuar persistindo.

Em razão desse fato, o presidente afirma que o RS não pode ser dependente das exportações e declara que o mercado externo e interno tem a mesma importância na economia do Estado. “O futuro da avicultura gaúcha depende basicamente de dois mercados, o interno, em que precisamos mostrar maior participação dentro do país e no Estado, e o externo, em que teremos cuidado com o volume de exportação para que não haja uma super oferta do produto e o preço venha a cair”, esclarece.

Alguns fatores, de acordo com o presidente, estão resultando no recuo da participação do Rio Grande do Sul no panorama nacional. Ele destaca que a alta carga tributária do RS (ICMS) para as saídas de frango procedentes de Agroindústrias localizadas no Estado com destino a outros é de 7%, enquanto no Paraná e em São Paulo, por exemplo, as Agroindústrias locais são tributadas em 5%. Outro fator que encareceu os custos de produção estadual foi o aumento significativo no preço do milho (110%) e no da soja (50%), principais insumos na composição de ração para as aves. A alta no preço dos fretes (40%) e dos combustíveis (94%) também acarretaram perdas.

A queda de competitividade estadual está resultando em uma maior participação de produtos oriundos de outros Estados como, Paraná, São Paulo e da região Centro-Oeste, em razão dos preços baixos aplicados por eles. Contudo, a qualidade desses produtos são inferiores em comparação aos produzidos no Rio Grande do Sul, segundo avaliação do Ministério da Agricultura. Vellinho destaca que o preço do frango gaúcho hoje está abaixo do ideal, que deveria ser de R$2,40. Segundo ele, a cotação atual de R$ 2,25 é o mesmo de janeiro de 2001. “Caso a avicultura do Estado permaneça nesse ritmo, o setor pode terminar em cinco anos”, prevê o dirigente.

Para que o setor possa retomar o crescimento interno, a Asgav destacou alguns pontos que poderiam reativar a produção do RS. A primeira seria realizar operações financeiras de baixo custo com longo prazo para amortização, de no mínimo três anos. A segunda, uma política nacional para o milho para que o cereal possa se tornar uma riqueza, e terceiro, uma possível queda no ICMS, permitindo que o produto gaúcho possa voltar a ser competitivo no mercado nacional.

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