CI

Aumento de frete esvazia mercado de milho

Tabelamento esvazia mercado futuro e diminui volume de negócios no disponível


Os efeitos do reajuste da tabela do frete rodoviário na semana passada têm sido percebidos por corretores de diferentes praças de negociação de milho do Brasil, aponta o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco. O ritmo das exportações em Mato Grosso esfriou – até semana passada, negócios voltados ao mercado externo vinham ocorrendo com regularidade no Estado, estimulados, entre outros fatores, pelo dólar forte ante o real. 

“Ontem, além disso, as cotações dos futuros do milho na Bolsa de Chicago despencaram depois que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou suas estimativas para a produção e o estoque final de milho do país na safra 2018/19. Os dados contrariaram as previsões de redução feitas por analistas”, aponta Pacheco. 

Estes fatores, somados à pouca necessidade dos produtores de vender agora, mantêm as negociações bem pontuais. Nesta quinta-feira, o valor à vista em reais do indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou R$ 39,72,51 a saca de 60 quilos (-0,58%). Em dólar, o preço ficou em US$ 9,66/saca (-1,12%).

Na região de Primavera do Leste (MT), rodaram apenas lotes pontuais, para pequenos compradores domésticos, por valores entre R$ 26 e R$ 27/saca FOB com embarque e pagamento imediatos. Quem compra são confinamentos ou intermediários que levam o produto para Minas Gerais ou Estados do Nordeste, segundo Nilo Gutoch, da ASP Corretora. 

“A demanda está fraca. As contas não estão fechando com essa tabela do frete e os compradores não podem pagar o que é pedido por vendedores”, disse o corretor. “Por isso estão saindo poucos negócios”, acrescentou.

Os produtores não se preocupam com a situação. Além de terem expectativa de que a demanda interna voltará a crescer nos próximos meses, período de entressafra de milho, já estão de olho no plantio da soja que, a depender da previsão de chuvas, pode ter início na próxima semana. A pedida, no momento, é R$ 30/saca FOB para embarque e pagamento ainda em 2018.

Gutoch contou que os negócios para exportação também diminuíram. Ontem, ele não tinha nem referência de compra. Na semana passada, saíram alguns volumes por R$ 28/saca para retirada em novembro e pagamento em outubro e R$ 29/saca para retirada em dezembro e pagamento em janeiro. “Provavelmente as indicações devem ter caído depois da queda em Chicago”, comentou o agente.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.