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Bananicultura em período de entressafra


A Bananicultura continua em alta, apesar dos gargalos. Tendo os produtores do perímetro irrigado do Jaíba constatado que o melhor era sair da monocultura da bananeira, os projetos de vida, incisivamente contribuíram para aumento da renda familiar. Isso, devido a novas alternativas de ganho e incremento da renda com o interesse em cultivar sementes de hortaliça, oleaginosas, em alguns casos, e investir em outras culturas do ramo da fruticultura, tais como limão e manga.

Vale lembrar que o Projeto Jaíba e o Gorutuba são referência em produção de bananeiras, sendo a região do vale do Gorutuba a que sustenta sua economia com base nessa atividade. O fato é que a partir do dia 15 de outubro a cultura da banana entra na entressafra, com perspectiva de incremento nos preços. De acordo com o diretor comercial da Frutvale -Cooperativa de Fruticultores do Vale do Verde Grande Ltda., Vicente de Paula Pereira Silva, a caixa de 22 quilos da fruta está sendo comercializada a R$ 7,00, enquanto o custo de produção gira entre R$ 10 e R$ 12. De acordo com Silva, o preço ideal para o segmento seria de R$ 15,00 por caixa, valor que deverá ser atingido na segunda quinzena de outubro.

A Frutvale informou ainda que a produção estimada na região por ano é de 9,2 toneladas de banana e nesse período de entressafra o volume chega a apresentar redução de 70%. Conforme Silva, esse cenário de baixa é normal e geralmente se concretiza entre os meses de dezembro e março. -Entretanto, neste exercício, como houve atraso na safra, é provável que o ciclo da bananeira não acompanhe os dos últimos anos, afirmou. Em função dos custos com as lavouras, os produtores estão usando menos insumos, tendo como conseqüência a redução da produtividade em médio prazo.

GARGALOS

Algumas pragas tais como o mal do Panamá e a Sigatoka Negra já fez muitos prejuízos no Norte de Minas e em todo território brasileiro, onde se planta banana.

A doença já existia no Jaíba e existe conforme dados da Embrapa - Empresa brasileira de pesquisa agropecuária em todas as partes do mundo, onde se cultiva a banana.

A informação é que numa área com mil e quinhentos hectares de banana prata restaram menos que 100 hectares. Muitos produtores resolveram optar por plantar a banana nanica no lugar da prata anã, tendo como garantia de que a variedade é mais resistente à praga do Panamá. Mas a Epamig tem outra opinião. Plantar outras variedades como a Tropical seria um melhor negócio.

MALES

Pesquisadores dizem que a doença destrói os vasos da planta por onde circunda a seiva.

Especialistas dizem que quando a praga ocorre em variedades altamente suscetíveis como a banana maçã, provoca perdas de 100% na produção. Já nas variedades tipo prata, que apresentam um grau de susceptibilidade bem menor do que a maçã, a incidência do mal do Panamá, geralmente, situa-se num patamar dos 20% de perdas. O nível de perdas é também influenciado por características de solo, que em alguns casos comporta-se como favorecendo ao patógeno, como o pH<5.

Há cerca de dois anos, na área C2 do Projeto Jaíba, pelo menos 10 hectares de banana maçã estão destruídos.

- Plantas infectadas exibem um amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas, começando pelos bordos do limbo foliar e evoluindo no sentido da nervura principal. Posteriormente, as folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudo-caule dando-as a aparência de um guarda-chuva fechado - acrescentou o chefe da Epamig.

INVIÁVEL

É comum, dizem especialistas, constatar que as folhas centrais das bananeiras permanecem eretas mesmo após a morte das mais velhas. É possível notar, próximo ao solo, rachaduras do feixe de bainhas, cuja extensão varia com a área afetada no rizoma. Internamente, observa-se uma descoloração pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudo-caule provocada pela presença do patógeno nos vasos.

Para o chefe da Epamig é inviável tanto tecnicamente quanto economicamente plantar a prata anã no Jaíba. Pesquisas da empresa já mostram em área experimental de dois hectares em Nova Porteirinha, que as variedades tropical e thap-maeo entre outras são as que melhor substituem a prata anã, tanto no sabor quanto na viabilidade de produção.

O que falta, segundo Marco Antônio é uma divulgação dessas variedades no mercado para que o produtor que as dispuser obtenha respaldo financeiro.

- Temos alguns trabalhos, financiados pela FINEP (Financiadora de estudos e projetos) que mostram que a cobertura dos solos é uma saída e serve como ferramenta para controlar a praga. Não acreditamos que a banana nanica pode substituir a prata anã o que temos é que trabalhar o marketing das variedades tropical e thap-maeo e aproveitar que o mercado europeu pede frutas tropicais.

EXPERIMENTOS

Os pesquisadores da Epamig testaram em quatro anos, numa área em que já foi plantada a prata anã e, onde conseqüentemente houve a incidência do mal do Panamá, outras variedades de bananeiras e o resultado é que, até agora, os bananais estão mostrando ausência da praga devido ao uso contínuo de nutrientes. Certos tipos de solos propiciam a aparência da doença, principalmente os arenosos como bem defendem os pesquisadores da Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais. Como grande parte dos solos do Jaíba é arenosa, diz, Marco Antônio, o mal do Panamá estará presente.

O chefe da Epamig assinala também que a nutrição da planta é que evidencia a manifestação da doença.

- Há estudos que apontam que algumas plantas doentes apresentam em certas épocas uma produtividade bem baixa e em certos casos há aquelas que convivem bem; mesmo estando isoladas, com as saudáveis dependendo da nutrição aplicada a elas.

Segundo dados da Escola superior de agricultura Luiz de Queiroz/CEPEA- USP, na América Central em setembro do ano passado, diversos países atacados pelo mal do Panamá tiveram custos adicionais de até US$ 1 mil por hectare nas ações de controle do fungo Fusarium Oxysporum f.sp.cubense. O cálculo é da Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura que acrescenta que, além dos gastos extras, houve redução expressiva nas áreas plantadas até o quarto ano após o ataque.

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