Foto: Pixabay
O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, conquistou o prêmio Josué de Castro, na categoria Pesquisa Científica, pelo lançamento da variedade de batata-doce biofortificada IAC 134 AL01. A cerimônia ocorreu na sede da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em São Paulo, no último dia 16.
A honraria é promovida pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-SP). O objetivo é reconhecer iniciativas de destaque no combate à fome e na promoção da segurança alimentar.
Na seleção dos homenageados são considerados a relevância da ação ou projeto para a segurança alimentar no Estado, a inovação nas soluções apresentadas, o impacto social mensurável na comunidade ou região atendida, a sustentabilidade das práticas adotadas, além de aspectos ambientais, econômicos e sociais e a possibilidade de expansão ou reprodução da iniciativa em outras regiões.
O pesquisador do IAC, Valdemir Antonio Peressin, destaca a importância dessa conquista. “Ficamos muito honrados com este prêmio, tendo em vista a quantidade e qualidade dos demais inscritos”, comenta.
A batata-doce biofortificada IAC 134 AL01 - lançada em 2025 – é um dos resultados das atividades de pesquisa do Instituto na temática em segurança alimentar. Esta cultivar apresenta 82,40 vezes mais carotenoides que as cultivares atualmente mais plantadas no país. O consumo de 25 a 50 gramas desta batata-doce supre as necessidades diárias de betacaroteno, que no organismo humano irá originar a vitamina A, que proporciona diversos benefícios à saúde. O pesquisador comenta que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem com a “fome oculta”, situação de má nutrição decorrente da ingestão deficiente de vitamina A, ferro, zinco e iodo, dentre outros.
“As pesquisas dessa natureza podem ajudar a minimizar os problemas de fome no mundo, principalmente se essas tecnologias forem apoiadas pelos governos, sendo, por exemplo, incorporadas à merenda escolar”, diz o pesquisador do IAC, da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A biofortificação é o processo utilizado para aumentar o conteúdo nutricional de micronutrientes, como vitaminas e minerais específicos, das porções comestíveis das plantas utilizadas como alimento.
O pesquisador comenta que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem com a “fome oculta”, situação de má nutrição decorrente da ingestão deficiente de vitamina A, ferro, zinco e iodo, dentre outros. Em 2024, a fome atingiu 33,1 milhões de brasileiros, o equivalente a 15,5% da população, conforme dados da pesquisa publicada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Segundo Peressin, a limpeza do material propagativo foi feita por meio da tecnologia de limpeza clonal INVICTA, patenteada pelo IAC. A finalidade é oferecer ao produtor mudas de alta qualidade, pureza genética e fitossanitária para que essa cultivar possa expressar o máximo potencial produtivo. Os interessados em adquirir esse material devem entrar em contato com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).