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BM&F e Bolsa de Rosario fazem parceria para a soja

As corretoras argentinas terão acesso ao Brasil, assim como as empresas brasileiras no país vizinho


Pelo acordo verbalmente acertado entre a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com a Bolsa de Rosario, da Argentina, as corretoras argentinas terão acesso ao mercado brasileiro, da mesma forma que as empresas do Brasil poderão negociar no país vizinho. Para as negociações feitas internamente, a liquidação da operação ficará sob responsabilidade da clearing (responsável pelo fechamento da operação de compra e venda) do país. Já para as operações cruzadas, brasileiros comprando na Argentina ou argentinos comprando no Brasil, a liquidação será realizada pela clearing da BM&F, localizada em Nova York.

"Ainda não existe uma data para que as duas bolsas comecem operar em conjunto, mas estamos fazendo nossa parte para fortalecer a região", afirma Félix Schouchana, diretor de mercados agrícolas da BM&F.

As operações conjuntas terão início com a soja em grão, mas, em um segundo momento, a união será estendida para os negócios com farelo e óleo de soja. O contrato de soja em grão, com entrega em Paranaguá (PR), terá um contrato de prêmio para as entregas em Rosário. Da mesma forma, os contratos de óleo e farelo, com entrega em Rosário, terão um contrato semelhante, com prêmio de entrega no Brasil.

Ação estrangeira:

Enquanto as operações unificadas da soja entre Brasil e Argentina não começam, os estrangeiros encontraram na bolsa brasileira um bom local para investimento. A participação estrangeira na BM&F tem crescido mês a mês. Dos 22,6 mil contratos abertos de compra de café em abril, 46,6% estavam de posse de investidores não residentes no Brasil. Em abril do ano passado, a participação estrangeira nos contratos de café ficou apenas em 16%.

"Nos últimos três anos, a participação estrangeira nos contratos agrícolas da bolsa praticamente dobrou e pode crescer ainda mais se houver a abertura dos mercados financeiros", afirma Aires Funes, diretor da Prosper Aplicação Corretora. Na avaliação de Schouchana, os estrangeiros têm procurado a BM&F, principalmente para negociar café, pois, em Nova York, não é possível realizar a entrega do produto brasileiro. "Negociando aqui os operadores eliminam o risco de base", diz Schouchana.

A entrada dos investidores estrangeiros no mercado nacional é considerado salutar pelos operadores brasileiros. "As negociações são feitas de forma casada, com compras no Brasil e vendas em bolsas estrangeiras. Essa arbitragem entre bolsas faz bem para a saúde do mercado", afirma Carlos Zapparoli, diretor da Dibran Corretora.

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