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Boro faz a diferença em algodão

O professor da Esalq/USP, Dr. Godofredo Cesar Vitti, explicou as consequências do uso incorreto do nutriente


Foto: Marcel Oliveira

O boro é um micronutriente muito importante para algumas culturas como o algodão. O boro nas plantas é importante para formação de novos tecidos. Além disso, participa na divisão celular, no metabolismo e transporte de açúcares, na germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico. 

Estudos apontam que um dos principais limitadores da produtividade do algodão é falta do boro. O professor da Esalq/USP, Dr. Godofredo Cesar Vitti, explicou as consequências do uso incorreto do nutriente no algodoeiro durante o Cotton Experts Club, promovido pela Compass Minerals – Plant Nutrition, nesta quinta-feira (3).

O especialista conversou com o Portal Agrolink sobre o tema. Confira: 

Portal Agrolink: como o boro impacta na produtividade do algodão ?
Godofredo Vitti:
deficiência de B afeta drasticamente a produtividade e qualidade do algodoeiro, através de suas funções no desenvolvimento radicular, formando a parede celular juntamente com o Cálcio, no transporte de açúcar para formação do tubo polínico, polinização e floração, causando abortamento da florada. Como consequência, o fornecimento adequado de B, transmite maior resistência a déficit hídrico, aumenta peso do capulho, e melhoria na qualidade da fibra, tanto em comprimento quanto em maturidade.A aplicação foliar de boro, estimula a síntese de auxina pelo aumento no teor de triptofano, precursor desse hormônio, resultando em elongação celular.

Portal Agrolink: como o produtor observa a necessidade desse micronutriente e quais as orientações de reposição?
Godofredo Vitti:
os métodos utilizados para avaliação da necessidade de boro para recomendação adequada, baseia-se em: diagnose visual, na qual a deficiência de B afeta inicialmente as partes novas, como amarelecimento das folhas do ponteiro, morte da gema apical com superbrotamento da planta, sendo que no período de crescimento e frutificação, aparecem anéis concêntricos no pecíolo e nas hastes, com necrose interna da medula e consequentemente, queda excessiva de botões florais, flores e até mesmo de frutos novos, escurecimento interno da base de formações reprodutivas e sépalas anormais. O segundo critério é a diagnose foliar, coletando a quinta folha no início do florescimento, devendo acusar teor adequado de 40 a 80 mg kg -1 de B e por último, análise de solo, a qual deve acusar teores de boro na faixa e 0,6 a 1,0 mg dm -3 .

Portal Agrolink: a aplicação via floema é a ideal?
Godofredo Vitti:
devido a baixa mobilidade do boro no floema, o mesmo deve ser aplicado preventivamente via solo e, posteriormente, em até sete aplicações foliares sequenciais, no período de 30 (início do crescimento/desenvolvimento) até 120 dias após a emergência (florescimento/frutificação). Também é interessante aplicação do boro via herbicida, na dessecação.

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