Botulismo é a doença que mais mata bovino de corte
Ingestão de matéria orgânica em decomposição é a principal causa
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O botulismo bovino é a doença que causa o maior número de mortes em gado de corte no Brasil. A afirmação é de Sandro César Salvador, médico veterinário e professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais. "Ela provoca um prejuízo violento para os pecuaristas", enfatiza.
O animal contrai a moléstia com a ingestão da toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum em matéria orgânica em decomposição. "O mais comum é encontrá-la em ossos de animais no pasto e em milho estragado", explica Salvador.
Em geral, a bactéria é achada no chão, onde não acarreta maiores danos. Porém, passa a ser um problema sério quando aloja-se na matéria em decomposição ou no milho estragado. Nesses dois ambientes, o microorganismo se reproduz e fabrica a toxina.
Carcaça em decomposição não faz parte do "cardápio" de bovinos, mas Salvador explica que isso é possível em rebanhos mal mineralizados, com deficiência de fósforo. Nesse caso, por instinto, o animal procura ossos, que são ricos nesse elemento.
Normalmente, são mais atingidas as vacas de corte em final de gestação e início de lactação - períodos de maior demanda por fósforo. As vacas de leite são menos afetadas porque são alimentadas com rações que, normalmente, possuem o nutriente. Já os animais de corte comem apenas o pasto. Assim, é indispensável colocar o mineral no cocho e adicionar sal branco.
Se o produtor não der a devida atenção a esse detalhe, poderá vir a enfrentar um surto de botulismo em sua propriedade.
Entre 80% e 90% dos animais contaminados pela bactéria morrem. Em decorrência da paralisia dos músculos, é comum os pecuaristas confundirem o botulismo com a raiva.
Como a toxina provoca paralisia dos músculos, o animal fica deitado e não tem força para se levantar. É preciso dar comida e água, aplicar soro antibotulínico e ministrar sulfato de magnésio. A prevenção se faz com inclusão de fósforo na alimentação normal.