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Brasil consome 22,3% de importados em 2013 e supera compras de 1996

As exportações do complexo soja foram estimadas em US$ 27,56 bilhões este ano


A participação de produtos importados no consumo do país disparou e atingiu 22,3% em 2013, o maior índice desde 1996. No último ano ainda foi mais barato importar peças, componentes e produtos acabados. Tanto que, pela primeira vez em 18 anos, o valor dos insumos adquiridos em outros países foi maior do que o das vendas externas da indústria de transformação.

O chamado coeficiente de exportações líquidas, que calcula essa diferença, ficou negativo em 0,1%. Os dados constam de publicação divulgada nessa terça-feira pela CNI. “O coeficiente aponta que a indústria de transformação passou a gerar receitas com exportação menores do que os gastos com insumos importados”, revelou o estudo, realizado em parceria com a Funcex.

Este ano, contudo, as exportações do complexo soja foram estimadas em US$ 27,56 bilhões, uma queda de 11% na comparação com o recorde da temporada passada, segundo a Abiove. “Felizmente, temos as commodities para segurar a balança comercial, porque o Brasil está em processo de desindustrialização. O custo de se produzir no país está cada vez mais alto. É preferível comprar lá fora do que encarar a carga tributária, as exigências burocráticas e a falta de infraestrutura logística”, observou o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fábio Martins Faria.

Apesar de em 2013 o real ter se desvalorizado 15% em relação ao dólar, o Custo Brasil se elevou e as importações continuaram sendo uma alternativa mais barata, ressaltou Faria. “Esse quadro deve se manter enquanto não houver uma reforma tributária e investimentos consistentes em infraestrutura. Se nada mudar, não vai valer a pena nem montar produtos no Brasil, e sim comprar os itens acabados”, destacou.

O varejo já vem optando pela importação de produtos acabados há muito tempo, de acordo com o economista da CNC Fabio Bentes. Eloísa Rabelo, proprietária do Empório Paraíso, conta que para continuar atendendo o público com vinhos de qualidade e sem reajustes tem procurado mudar fornecedores.

As informações são do Estado de Minas

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