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Brasil importa menos fertilizante mas paga mais

Os preços médios dos itens importados atingiram o recorde de U$ 496,62/ton


Foto: Divulgação

As importações brasileiras de fertilizantes no mês de janeiro foram bastante influenciadas pelas tensões geopolíticas entre a Rússia e Ucrânia. No caso dos fertilizantes, a Rússia é um grande fornecedor global de adubos. Em relação aos potássicos, o país é responsável por cerca de 20% da produção global e é origem de 28% das nossas importações. Já para os nitrogenados, o pais é o segundo maior produtor global. Como fornecedor para o Brasil a Rússia participa com 21% dos nitrogenados e, no caso específico do nitrato de amônio, o país é praticamente o único fornecedor para o Brasil. As informações sao do Boletim Logístico da Conab.

Em janeiro foram internalizadas 2,31 milhões de toneladas de fertilizantes. volume 15,2% inferior em relação a janeiro do ano anterior, quando foram importadas 2,72 milhões de toneladas. No entanto, houve um desembolso muito maior, de U$1.146,2 milhão, uma vez que os preços médios dos itens importados atingiram o recorde de U$ 496,62/ton., incremento de 110,4%, em relação aos preços praticados no mesmo período do ano passado.

Do total das importações brasileiras de fertilizantes em janeiro, cerca de 47% adentraram pelos portos do Arco Norte. Tais internalizações estão relacionadas aos fretes de retorno das exportações recordes, tanto de milho quanto de soja neste início de ano. Nesta temporada, os produtores de milho do Mato Grosso e da região do Matopiba retiveram o produto nos armazéns, aguardando o melhor momento para a comercialização. Com o início da colheita da soja, a necessidade da abertura de espaço nos armazéns e a elevação internacional das cotações desses grãos explicaram o forte retorno dos fertilizantes por aqueles portos, a despeito da elevação de 110% nos preços em janeiro, quando se compara com igual período do ano passado.

Dezembro, pela natureza das operações envolvendo a safra de verão, promove uma queda nas importações mensais dos fertilizantes. Em janeiro, apesar das circunstâncias parecidas, a forte elevação das cotações internacionais dos grãos, promovendo exportações recordes, juntamente com a necessidade da abertura de espaços nos armazéns e o início da colheita da soja, foi criado um ambiente apropriado para o incremento nos fretes de retorno com os fertilizantes, pressionado pela crise internacional envolvendo atores importantes na oferta desses produtos e que repercutiram fortemente nas cotações.

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