Brasil mantém liderança na exportação de celulose
A logística também contribui para a competitividade

Os Estados Unidos continuam estruturalmente dependentes das importações de celulose, com a celulose de mercado representando 11% da demanda total em 2024. Segundo análise do Rabobank, o Brasil domina o fornecimento de celulose de fibra curta aos EUA, com participação de 82%, apoiado por baixos custos, eucaliptos de rápido crescimento e fábricas integradas em larga escala. A previsão é que a produção brasileira de fibra curta continue crescendo, impulsionada por novos projetos e expansões planejadas até 2029.
A diferença de preço entre a celulose de fibra longa produzida nos EUA e a brasileira de fibra curta se ampliou para USD 250 a USD 300 por tonelada métrica. Avanços tecnológicos, como o uso de processos enzimáticos e refino mecânico de baixa intensidade, permitem substituir a fibra curta em papéis tissue e embalagens sem comprometer o desempenho, aumentando a competitividade brasileira.
No comércio internacional, a celulose da União Europeia enfrenta tarifa de 15% nos EUA, enquanto a brasileira é tributada a 10% e se beneficia de câmbio favorável e frete competitivo. Esse conjunto garante forte vantagem de custo posto em destino, reforçando a atratividade da celulose brasileira frente a concorrentes globais.
A logística também contribui para a competitividade. A expansão portuária na Costa Leste dos EUA e a proximidade com fábricas consumidoras de fibra virgem no sudeste norte-americano reduzem gargalos no transporte marítimo, facilitando o escoamento. Além disso, a redução das importações chinesas, devido ao aumento da produção doméstica e à desaceleração econômica, amplia oportunidades para a celulose brasileira.