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Brasil poderia ser visionário na “agenda verde” 

"Será que é razoável resistir a coisas que seriam boas para o país, em nome de paradigmas do século passado? "


Foto: Pixabay

De acordo com Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e professor da ESPM, o  Brasil poderia ser um visionário na chamada agenda verde, assim como já foi um dia na agricultura tropical sustentável, o que lhe valeu o protagonismo na segurança alimentar mundial. “Afinal, o que foi a revolução agrícola tropical que fizemos senão uma atitude visionária na época, atrás da autossuficiência em alimentos?”, indaga. 

“É hora de também sermos visionários em estratégias de sustentabilidade. Será que é razoável resistir a coisas que seriam boas para o país, em nome de paradigmas do século passado? No mínimo, seria inteligente pensar e avaliar custo-benefício a médio e longo prazos. Pelo que se observa no quadrante histórico da economia mundial que se inicia com a COP 26, a ponte com o amanhã está em ser mais assertivo com as visões ascendentes das sociedades e do consumidor global. As gerações mais novas são nativas da descarbonização, da energia limpa e da bioeconomia. E será com elas que vamos escrever as nossas páginas de futuro”, completa. 

Esse comentário surgiu depois da COP 26, que reuniu diversos países para debater sobre o futuro do meio ambiente. “ Enfim, parece que a questão climática, outras agendas de ambientais e a bioeconomia pautarão em boa medida o crescimento econômico nos próximos anos. Disso, ao que tudo indica, ninguém vai escapar. Pelo menos não as 20 maiores economias do mundo (o chamado G 20), todas com um relevante grau de integração internacional, entre elas o Brasil”, indica. 

“Na COP 26, a percepção do Brasil acho que saiu como as duas faces de uma moeda. De um lado, o passivo político do desmatamento na Amazônia e da baixa efetividade do governo em contê-lo. De outro lado, o dinamismo da sociedade civil em criar inovações e engajar-se na pauta climática, com nossos avanços em energia renovável, produção sustentável de alimentos (iLPF e Plano ABC+), carne carbono neutro e florestas plantadas repercutindo positivamente. O país também formalizou compromissos de zerar o desmate ilegal até 2028, cortar a emissão de GEE pela metade até 2030, reduzir gás metano e atingir a neutralidade de carbono em 2050. Promessas, no entanto, que ainda estão sob o signo de um certo descrédito”, conclui. 

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