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Brasil tem 31,5% do total das exportações mundiais de café


(07/02/2003 - Coffee Break) -A Organização Internacional do Café divulgou os números finais dos embarques mundiais em dezembro. De acordo com a entidade, naquele mês foi registrada a exportação, para todos os destinos, de 7.249.453 sacas, volume 6,16% maior que o observado em dezembro de 2001. Durante o ano de 2002, as nações produtoras remeteram 88.624.621 sacas para os vários destinos, total 1,85% menor que o aferido em 2001 (90.296.223 sacas). O Brasil respondeu por 31,50% de todos os embarques de 2002. Em 2001, o país havia sido responsável pela exportação de 25,66%. No ano passado, o Brasil vendeu 27.914.151 sacas, 20,46% a mais que no ano anterior — 27.914.151 sacas. Ao longo de dezembro, o maior produtor mundial registrou o embarque de 2.791.486 sacas, contra 1.674.062 sacas de dezembro de 2001. A Colômbia registrou a remessa de 1.268.436 sacas em dezembro, 4,23% a mais que no mesmo mês do ano anterior (1.268.436 sacas). No ano, o país sul-americano exportou 10.273.530 sacas, contra 9.943.630 sacas de 2001, uma alta de 3,31%. Os números relativos aos embarques do Vietnã evidenciam a quebra observada na safra do tigre asiático. O país exportou 15,41% a menos no ano, fechando 2002 com 11.796.611 sacas comercializadas, contra as 13.945.528 sacas de 2001. Em dezembro, o país exportou 1.058.867 sacas, 27,76% a menos que as 1.465.763 sacas de dezembro de 2001.

Folder —A Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, por meio da Codeagro, está produzindo e distribuindo um folder para divulgar o Selo de Qualidade para cafés superiores e gourmet, certificados pelo Sistema de Qualidade Produto de São Paulo. Com a participação da Apas (Associação Paulista de Supermercados), que também assina o folder, juntamente com o Sindicafé, esse material será distribuído aos supermercadistas com o objetivo de informar o público consumidor e divulgar o programa de qualidade do café, implantado no Estado. Essa é mais uma ação objetiva reunindo os parceiros que assinaram, no dia 18 de junho de 2002, o "Compromisso com a Qualidade do Café", iniciando, a partir de então, uma série de ações para melhorar a qualidade da bebida produzida em todo o Estado.

Plantio —Cafeicultores de Uganda realizaram o plantio de 25 milhões de pés durante o ano safra de 2001/02. A projeção é da Autoridade para o Desenvolvimento do Café de Uganda, sendo que o número está dentro do programado pelo plano de renovação das lavouras, iniciado há nove anos. De acordo com a Autoridade, na atual safra o plantio de novos pés de robusta deverá ser estimulado. Uganda pretende aumentar a produção anual de café para até 6 milhões de sacas nos próximos três anos. Atualmente a média de produção da nação africana é de 3,5 milhões de sacas.

Genoma —O projeto "Genoma do Café", que está sendo realizado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, e diversas instituições de pesquisa, alcançou cerca de 70% da meta estipulada no início dos trabalhos, em março de 2002, quando foram construídas as primeiras bibliotecas de cDNA representando vários tecidos da planta (folha, raízes, frutos, flores etc). Em junho do ano passado, os primeiros clones foram seqüenciados, sendo que, atualmente, cerca de 80 mil seqüências de boa qualidade já se encontram depositadas em banco de dados gerido pelo Laboratório de Bioinformática da Unicamp. A previsão de conclusão dos trabalhos é para dezembro de 2003. O objetivo é desenvolver variedades resistentes a pragas e doenças, tolerantes a estresses ambientais, com maturação uniforme e melhores qualidades organolépticas – aroma e sabor — e características nutracêuticas do grão, como teores de cafeína e ácidos clorogênicos, levando a uma melhor qualidade da bebida e agregando valor ao produto. A decifração do código genético do café também trará especial benefício a pequenos produtores e ao meio ambiente, por meio do uso de tecnologias sustentáveis derivadas do conhecimento gerado pelo projeto. As pesquisas se concentram em cafés do tipo arábica. Entretanto, também estão sendo obtidas seqüências de C. canephora e C. racemosa, espécies que apresentam resistência a algumas pragas e doenças e outras características de interesse agronômico. Os resultados obtidos com o projeto "Genoma Café" poderão gerar tecnologias em benefício de produtores e dos sistemas de produção associados ao café. A corrida mundial para o patenteamento de genes pode deixar o Brasil na dependência de patentes requeridas no exterior e projetos como esses poderão permitir que o país assuma a liderança genética do café no mundo. As informações são do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.

Varginha —A Estação de Avisos Fitossanitários, do Ministério da Agricultura, em Varginha, divulgou seu mais recente boletim sobre a situação climática e das lavouras da região, referente ao mês de janeiro. De acordo com Roque Antônio Ferreira, Leonardo Bíscaro Japiassú, Antônio Eustáquio Miguel e Antônio Wander R. Garcia, que assinam o documento, o índice pluviométrico em janeiro, na região de Varginha, foi de 406 milímetros, contra uma média histórica de 278 milímetros. As precipitações ocorridas durante o mês foram suficientes para acabar com o déficit hídrico e promover um armazenamento de aproximadamente 100 milímetros no solo. A temperatura média no mês foi de 22,5º C, semelhante à média histórica. A temperatura máxima absoluta foi de 32,2º C e a mínima 16,2º C. A evapotranspiração potencial foi de 89,0 milímetros. A Estação fez um levantamento do ataque de ferrugem na região e aferiu que nas lavouras não controladas, localizadas na Fazenda Experimental de Varginha, o índice de infecção médio foi de 5,0%, porém, esses índices são bastante inferiores aos encontrados na maioria das lavouras da região, que apresentam infecções acima de 10%. O boletim ressalta que o controle preventivo e/ou curativo com fungicidas específicos foliares deve ter continuidade. A cercosporiose teve índice de infecção médio de 5,5%, sugerindo controle principalmente em lavouras com alta carga, enquanto a phoma teve uma presença considerada insignificante. No que diz respeito às pragas, o bicho mineiro teve nível de infestação zero, assim como o ácaro vermelho. Já a broca, teve índice médio de 0,4%, sendo aconselhável que em localidades que tiveram floradas precoces seja feito o monitoramento e controle no caso de ataques acima de 3%. O crescimento vegetativo na região foi de 4,7 nós por ramo, contra um crescimento de 4,9 nós por ramo verificado em janeiro de 2002.

Guatemala —A Guatemala principal origem produtora da América Central, embarcou um total de 291.137 sacas, ao longo do mês de janeiro, de acordo com informações da Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala). O volume de embarques do mês é 19,42% maior que o observado em janeiro do ano anterior — 243.782 sacas. Do começo do atual ano safra (outubro de 2002) até o final de janeiro, o país centro-americano remeteu 801.520 sacas ao exterior, 32,55% a mais que o verificado no mesmo período da safra 2001/02 (604.694 sacas). No ano safra passado, as exportações guatemaltecas somaram 3,308 milhões de sacas, contra 4,415 milhões de sacas de 2000/01. A Anacafé destacou que os baixos preços do café no mercado internacional fizeram com que os produtores locais diminuíssem sensivelmente os tratos culturais, com os efeitos devendo ser sentidos na safra atual.

Solicitação —Cafeicultores do México apresentaram uma solicitação ao governo do país para que seja processada uma modificação da política para o setor. O principal pleito dos produtores é que mecanismos sejam buscados para tentar evitar a ação dos intermediadores. De acordo com Arturo García, diretor da Rede de Agricultores da Região de Guerreiro, além de formalizar a solicitação ao governo, o setor irá desencadear uma campanha denominada "Café para todos, aroma e responsabilidade social". Ele explicou que a campanha quer mostrar ao consumidor que o preço pago ao cafeicultor por uma saca de café é extremamente baixo, ao passo que o preço final do produto é bastante alto. O dirigente destacou que a situação vem fazendo com que o setor produtor sofra fortes prejuízos e que milhares de hectares plantados poderão ser abandonados nos próximos meses, devido às precárias condições de vida dos produtores. "Os negócios nas mãos dos intermediários, assim como a manutenção dos preços baixos, é um negócio milionário para as empresas transnacionais, mas é um fator de empobrecimento pata o produtor nacional", disse. Apesar das solicitações dos produtores, o governo federal do México ainda não vem dando demonstração de estruturar uma política específica para o setor cafeeiro.

Em destaque

* As exportações de Honduras nos quatro primeiros meses do atual ano safra, iniciado em outubro, chegaram a 580.384 sacas, de acordo com estatísticas fornecidas pelo Instituto de Café de Honduras. O volume é 37,12% maior que o observado no mesmo período do ano safra anterior — 423.261 sacas. No mesmo período analisado, o país teve uma produção de 539.941 sacas, 16,83% a menos que o verificado no mesmo período da temporada anterior (649.160 sacas).

*Os mais recentes números da exportadora Tristão United Kingdom indicam que os estoques mundiais de café cresceram e fecharam o ano de 2002 em 21,533 milhões de sacas. Esse total é 6,24% maior que o aferido no final de dezembro de 2001, quando os armazéns dos consumidores sustentavam 20,269 milhões de sacas. Se comparado com o verificado no final de novembro do ano passado, 20,720 milhões de sacas, os estoques apresentaram um aumento de 3,92%.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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