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Café do Centro terá identificação de origem


Nova linha gourmet da marca indicará na embalagem de onde vem o produto e quais são suas características. Para diferenciar seu produto no pequeno mas já muito concorrido mercado de cafés gourmets, o Café do Centro, marca do Grupo Branco Peres, um dos maiores exportadores brasileiros de café em grão verde, resolveu identificá-lo segundo sua região de origem. A nova linha divide-se em cafés provenientes de seis grandes regiões produtoras do País: Bahia, Espírito Santo, Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Mogiana Paulista e Paraná.

"O Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor", diz Rodrigo Branco Peres, que dirige o Café do Centro ao lado do primo Rafael. "Tem clima, altitude, tipo de solo e topografia que nos permite ter, em diversas regiões do País, todos os tipos de café produzidos no mundo; assim, achamos que esta divisão por região expressa bem a qualidade do café brasileiro."

Para ele, o fato de a marca pertencer ao Grupo Branco Peres, que trabalha com exportação de café desde 1957, é uma garantia da qualidade. "Conhecemos o mercado, temos contatos com os melhores produtores e o grande volume de café que movimentamos nos garante ter sempre o melhor produto", afirma Rodrigo, que cita a boa colocação que o Café do Centro vem alcançando em várias degustações técnicas.

"As diversas regiões produtoras de café no País, dependendo do clima, da altura de cultivo e até do tratamento posterior à colheita, produzem uma enorme variedade de tipos e qualidades de café", explica. "Assim como o vinho, o café é marcado pela diversidade de aroma, sabor, corpo e acidez e nossa nova linha quer identificar estas diferenças", completa.

Embora seu público alvo seja o mercado institucional, a nova linha do Café do Centro recebeu cuidados especiais na apresentação. A embalagem foi desenhada pelo artista plástico David Dalmau. A pintura em acrílico sobre tela retrata uma cafeteria dos anos 30 chamada "Petit Palais", que se localizava no centro da cidade de São Paulo e faz parte da origem da marca. O nome da obra é "Café do Centro". As novas embalagens da marca passam a especificar qual é a origem do café e trazem um texto informativo sobre cada uma delas.

A Branco Peres começou a produção de cafés gourmets há cerca de seis anos, com o Café do Centro Gourmet, mas foi nos últimos dois anos que a empresa resolveu diversificar a linha. "Embora ainda seja pequeno - o mercado dos cafés especiais corresponde a cerca de 2% do consumo nacional e movimenta cerca de R$40 milhões anualmente - o setor está em franco desenvolvimento", diz Rodrigo. Ele exemplifica com os próprios números da empresa. Em 1999, o Café do Centro produziu cinco mil quilos de cafés especiais; hoje, são 20 mil quilos ao ano. "Este segmento do mercado, na verdade, não é representativo em volume, mas sem dúvida agrega valor ao produto."

Regiões Cafeeiras

Entre as seis regiões que compõem a nova linha do Café do Centro, o produto do Sul de Minas é identificado pelo aroma frutado e alta acidez. É um café medianamente encorpado, com um aftertaste prolongado. Já o café do Cerrado Mineiro tem aroma achocolatado, é de médio corpo e apresenta acidez normal. A área da Mogiana Paulista produz um café bastante encorpado com aroma frutado. Os cafés desta região são marcados também pelo equilíbrio entre doçura e acidez.

Os cafés produzidos no norte do Paraná proporcionam uma bebida extremamente encorpada, com amargor acentuado, aroma caramelizado e acidez normal. O estado da Bahia, o mais novo produtor de cafés especiais do Brasil, produz uma bebida muito suave, levemente achocolatada, sem corpo e com notável acidez.

Os cafés provenientes do Espírito Santo têm aroma levemente caramelizado e apresentam sabor pouco adstringente. O café é pouco encorpado e tem acidez regular. Para garantir a qualidade, o Café do Centro usa também os serviços de testes e análises do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), de Campinas.

A empresa Café do Centro data de 1916 e funcionava na Travessa do Comércio, então centro nobre da cidade de São Paulo. A torrefação ficava no número 27 da extinta rua Anhangabaú. Em 1925, foi inaugurado o Petit Palais, réplica perfeita de um refinado café parisiense. Nos anos 40, o Bar e Café Juca Pato, também da família Naum, proprietária do Café do Centro, cujo nome homenageava a personagem de Belmonte e Lellis Vieira, era o grande sucesso com seus sanduíches e 15 mil cafezinhos vendidos diariamente.

Durante as décadas de 60 e 70, o Café do Centro passou a ser distribuído também em supermercados. Em 1997, o Grupo Branco Peres adquiriu a marca, dando continuidade à produção de cafés especiais e ampliando o número de opções de cafés gourmets. Atualmente, além dos cafés gourmets, a marca oferece diversos blends diferentes de cafés gourmets em grãos para máquinas de expresso, torrado e moído, orgânico, descafeinado e sachês, além de cappuccinos. O Café do Centro tem como mercado alvo restaurantes, cafeterias, hotéis, bares e empresas de vending machines, entre outros segmentos. Também pode ser encontrado em empórios de São Paulo, como Santa Maria e Marché Place de Voges.

"O próximo passo será inevitavelmente chegarmos ao varejo e estamos nos preparando para isto", diz Rodrigo. A empresa já vende um kit com seis xícaras, café em sachês e máquina de café expresso, destinado, a principio, a atender consultórios e escritórios, "mas que se tornou uma forma de atender clientes particulares em todo o País." Atualmente, no mercado institucional, o Café do Centro é distribuído principalmente no Estado de São Paulo - embora também exporte a versão solúvel, em pequenas quantidades, para o Japão. "Estas primeiras exportações surgiram por acaso, porque um empresário japonês conheceu nosso produto e se interessou, mas temos planos já bem adiantados para incrementar a exportação", diz Rodrigo.

Fonte: Regina Neves

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