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Café reencontra sua rota no Norte do PR

Mostrar que o café nunca deixou de ser importante para o Norte do Paraná é o objetivo de rota de turismo e negócio


Mostrar que o café nunca deixou de ser importante para o Norte do Paraná e divulgar a qualidade do grão que se posiciona entre os melhores do mundo, este é o objetivo de rota de turismo e negócio

De longe, a visão dos amplos terreirões obsoletos próximos às imponentes sedes de fazendas centenárias incomodam os olhos de quem conhece, ao menos em parte, a odisseia da cafeicultura no Norte e Norte Velho do Paraná. Mais de perto, no entanto, a imagem se traduz em nostalgia e contribui para manter viva não só a história do ouro verde que insuflou fortunas mas de todo um povo que não se amedrontou em apostar nos próprios sonhos.

Desde o início do Século XX, os cafezais sempre compuseram a paisagem do meio rural do norte paranaense e impulsionaram a rápida colonização de toda a região, atraindo gentes de origens diversas, interessadas no lucro que a cultura rendia. No início dos anos 1960, o Paraná chegou a ser o principal produtor de café do País, participando com mais de 58% da produção nacional. Prejudicados pelos baixos preços, pela perda de espaço para a industrialização e por grandes geadas, a maior parte dos cafeicultores viram seus sonhos desmoronarem como um castelo de cartas. Se viram obrigados ou a erradicarem suas plantações ou diminuírem drasticamente o número de pés para dar lugar a outras culturas. Só alguns poucos tiveram ânimo para continuarem apostando exclusivamente no café.

Na tentativa de impedir que todo o patrimônio cultural construído por mais de um século de história seja perdido, mostrar que o café nunca deixou de ser importante para a região e divulgar que a qualidade do grão de hoje posiciona o produto norte-paranaense entre os melhores do mundo, o Sebrae-PR, por meio de seus escritórios regionais, desenvolve desde 2007 o projeto "Rota do Café", dentro do Projeto Turismo Norte Paranaense. A ação envolve atualmente 25 municípios distantes até 200 km de Londrina que, juntos, contam com 62 atrativos ligados, de alguma forma, à cafeicultura.

O diferencial para outras rotas, tanto do Paraná quanto do Brasil e do exterior, é que na Rota do Café o visitante pode "experimentar" os passeios. Percorre os cafezais, participa da colheita, contempla antigas fazendas produtoras e pode ver em funcionamento toda a antiga estrutura de secagem, separação e beneficiamento do grão montada a décadas atrás. Sente o cheiro do grão torrado, é arrebatado pelo aroma que preenche o ambiente e desassossega o desejo quando sorve o primeiro gole dos cafés de primeira grandeza. Provocante como só, a bebida aguça cada um dos sentidos do bebedor e caprichosamente segue revelando, há gerações, um pouco da alma do povo brasileiro.

Nada disso, porém, faria sentido sem as pessoas que ainda se dedicam à cafeicultura. Patrões, capatazes, agricultores, comerciantes, baristas, apreciadores... todos apaixonados. Juntos formam a riqueza inconteste que geada ou crise nenhuma consegue destruir.

* O jornalista viajou a convite do Sebrae-PR

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