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CANA: ATR chega em R$ 1,15/kg?

O valor acumulado até agora é de R$ 1,0765/kg, mas pode subir ainda mais


Foto: Pixabay

O professor Doutor Marcos Fava Neves acredita que o ATR (Açúcar Total Recuperável), que é a base referência para formação de preço da cana-de-açúcar, pode chegar a R$ 1,15/kg ao final desta safra. 
 
Ele lembra que a safra 2021/22 teve início com valores de ATR em abril e maio de, respectivamente, R$ 1,0141/kg e R$ 1,0564/kg. Já para o mês de junho, o valor manteve a tendência de alta, alcançando R$ 1,0630/kg. 

“Em julho, o indicador voltou a crescer, atingindo R$ 1,0878/kg, comportamento que se manteve em agosto, chegando a R$ 1,1425/kg. Assim, o valor acumulado até agora é de R$ 1,0765/kg. Ao final desta safra pode ainda chegar a algo entre R$ 1,13 a 1,15”, aponta o chamado “Doutor Agro”, que é titular da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV, além de especialista em planejamento estratégico do agronegócio.

Confira abaixo os cinco “principais fatos para acompanhar em outubro na cadeia da cana” na visão do especialista:

1. As novas projeções indicam entre 520 a 530 milhões de toneladas de cana. O consumo do etanol e açúcar estão acima da safra passada. Ou seja, maior demanda, menor oferta e safra terminando antes. Serão grandes os desafios no final do ano com os impactos da seca que assolou os canaviais;

2. O que acontecerá com o consumo de etanol neste último trimestre do ano, no balanço dos preços entre o hidratado e a gasolina. Ao fechar esta coluna, pelos dados da SCA, o litro do hidratado estava em R$ 3,94/l com impostos nas usinas, e o anidro em R$ 3,98/l. Devem continuar altos com a falta de cana;

3. O barril do petróleo tipo Brent estava em US$ 72. Devemos observar o comportamento em outubro, bem como o câmbio para entender os possíveis preços da gasolina e da paridade e os efeitos no consumo;

4. Ao fechar esta coluna, o açúcar estava em 19,9 cents/libra peso na tela de outubro de 2021. Um preço muito alto pode não ser bom, colocando em risco a velocidade da Índia na adoção do etanol e trazendo de volta produções em outros locais, este é o receio neste momento;

5. A performance das exportações de açúcar em setembro e outubro e os preços para o mercado interno que vêm se mantendo elevados.

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