Cana-de-açúcar ocupa 89% da área de Ribeirão Preto para agricultura
A área cultivada com a cultura passou de 34 mil para 37 mil ha, ocupa espaço em 403 do total de 487 fazendas e sítios
Nas mudanças ocorridas no quadro da produção rural no município de Ribeirão Preto, desde a década passada, destaca-se um ligeiro aumento nas pastagens e diminuição de áreas para milho, café, citros e eucalipto. Além disso, houve a expansão da cana-de-açúcar, em cuja área, no sistema de rotação, o amendoim passou a ocupar mais espaço que a soja.
É o que aponta o recém-concluído Levantamento de Unidades Agropecuárias (Lupa), feito pela Secretaria Estadual da Agricultura, comparando-o com a mesma pesquisa realizado em 1996.
Na comparação entre os dois levantamentos, o que mais surpreende é o total da área usada para agricultura, que passou de 40.151,9 para 41.758,8 hectares, o que leva à conclusão de que o plantio aumentou mesmo com a perda acentuada de espaço decorrente da expansão da área urbana. “Constatamos que, no levantamento feito em 1996, uma parte do território de Ribeirão Preto foi computada para Sertãozinho e Cravinhos, e isto foi corrigido no último Lupa. Além disso, o levantamento de 2008 foi feito com a disponibilidade de melhores recursos”, explica Fernando Zorzenon, agrônomo da Secretaria da Agricultura em Ribeirão Preto.
Esta correção serve inclusive para explicar, em parte, o aumento na área da cana-de-açúcar, que, em números redondos, passou de 34 mil para 37 mil hectares (ou de 85% para 88,9% da área para agricultura). Se antes esta cultura estava em 347 propriedades, agora ela ocupa espaço em 403 do total de 487 fazendas e sítios.
No momento em que o Lupa foi realizado, constatou-se o amendoim em área de 517 ha e a soja em 206 ha. Quase todos esses mais de 720 ha integram o processo de renovação dos canaviais, prática adotada a partir da década de 1.980. No levantamento de 1996, a soja ocupava 1.068 ha e o amendoim perto de 350 ha.
Outro dado interessante é que houve redução considerável na área de cultivo do milho, de 1.032 para 611 hectares, o que em parte se deve à diminuição na avicultura para ovos, de mais de 10 mil para 410 aves, além de redução na pecuária de corte e leite (veja abaixo), atividades abastecidas pelo milho.
As culturas que tiveram maior redução de espaço foram café e citros. O café, de 276 caiu para 155 hectares, e os citros, mais ainda, de 514 para 38 hectares. E assim sua participação, que era de 1,3%, diminuiu para 0,1%.
Havia muito mais laranja no município e sua redução, além de fatores econômicos, foi resultado tanto da expansão da cidade, como da proximidade com o perímetro urbano. Parte dessa área foi arrendada para cana ou se destinou à braquiária e outras espécies de forrageiras. Mesmo com o número de cabeças de gado caindo de 6.926 para 5.223, o levantamento demonstra que a área de pastagem cresceu, de 1.668 para 2.338 hectares.
Distribuição do espaço na zona rural de Ribeirão Preto
Cultura Área 1996 Área 2008
• Cana 34.113,0 ha (85,0%) 37.104,0 ha (88,9%)
• Milho 1.031,8 ha (2,6%) 611,5 ha (1,50%)
• Amendoim 349,9 ha (0,9%) 517,5 ha (1,2%)
• Soja 1.068,1 ha (2,7%) 206,6 ha (0,5%)
• Eucalipto 326,8 ha (0,8%) 158,0 ha (0,4%)
• Café 276,1 ha (0,7%) 155,2 ha (0,4%)
• Citros 513,7 ha (1,3%) 37,8 ha (0,1%)
• Pastagens 1.668,3 ha (4,2%) 2.338,2 ha (5,5%)
• Outros* 803,9 ha (1,8%) 629,9 ha (1,5%)
Total 40.151,9 ha (100%) 41.758,8 ha (100%)
• Outras culturas: abóbora, chuchu, olerículas e pomares domésticos. A área total da zona rural passou de 47.900,8 em 1996 para 48.405,7 hectares em 2008, incluindo vegetação natural, várzeas, estradas e construções.