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Caramujos voltam a aparecer em Campo Mourão (PR)

Os mesmo moluscos também apareceram em 2005 e chegaram a causar prejuízos


Em algumas lavouras isoladas de soja em Campo Mourão (PR) está sendo notado o aparecimento de caramujos. Os mesmo moluscos também apareceram no ano passado e chegaram a causar prejuízos em algumas lavouras de soja. O solo úmido, devido chuvas que ocorrem nos últimos dias, está sendo propicio para o proliferação. No ano passado os caramujos apareceram especialmente em ambientes com umidade e proteção do sol forte.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Gilberto Guarido, o problema existe, mas ainda não há motivo para preocupação. Ele diz que os produtores rurais e técnicos devem fazer acompanhamento nas lavouras de soja e que os produtos normais utilizados para a cultura da soja não tem eficiência contra os caramujos e não adianta o produtor aumentar a dose ou aplicar produtos fortes no inicio do cultivo que irá causar um desequilíbrio ainda maior.

Guarido diz que o maior dano é quando o ataque acontece nos primeiros dias após a germinação das plantas. "O ataque potencial se estende nos primeiros 30 dias, sendo que após esse período não representa grandes perdas", comenta o agrônomo. Conforme foi observado no ano passado os caramujos podem reduzir o número de plantas.

Uma das áreas onde foram encontrados os caramujos, não foi cultivado nenhuma cultura no inverno. "A rotação de cultura e o manejo correto no inverno, possivelmente diminui a população dos moluscos", salienta Guarido.

No ano passado um produtor da região chegou a passar o arado para mexer na terra e acabar com o problema. Guarido explica que essa prática não é recomendada, pois além de não resolver o problema pode prejudicar o plantio direto.

O pesquisador da Embrapa/Soja de Londrina, Ivan Carlos Corso, já faz pesquisas sobre o ataque dos moluscos desde 1996. Ele diz que três opções de combater os caramujos estão sendo recomendados aos agricultores.

A primeira seria usar o Engeopleno que é uma mistura de thiametoxam e lambdacialotrina. A segunda opção seria o Mensurol que é a base de metiocarbe. Também existe uma isca formulada por um laboratório frances a base de metaldeído.

De acordo com o pesquisador os melhores resultados foram obtidos com o engeopleno. "Assim mesmo o controle não é 100%, frisa. Corso destaca que os caramujos são cobertos por uma casca e que eles só morrem quando comem algum dos produtos químicos e não em contato com inseticidas. "Nas nossas pesquisas observamos que os produtos tem que ser pulverizados para que os moluscos possam comer as folhas das plantas e morrerem", observa.

Ele destaca que alguns produtos usados como o sal, uréia, sulfato de cobre não resolve o problema, pois as cascas dos caramujos os protegem. "Esses produtos funcionam em lesmas que são do mesmo grupo dos caramujos", diz.

Prejuízos - O maior prejuízo na cultura é quando a soja é ainda pequena, porque elas comem as primeiras folhas ou até cortam as plantas podendo matar as mesmas. Quando elas atingem um porte de 15 ou 20 centímetro já não há tanta preocupação.

Em anos com maior concentração de chuvas esse molusco encontra melhores condições de proliferação, e o controle se torna ainda mais complicado. Na região de Campo Mourão, os moluscos começaram a aparecer nos últimos cinco anos.

Se o ataque for severo, a praga pode até matar a planta. De modo geral, as perdas maiores ocorrem nas áreas mais úmidas do terreno, onde há maior concentração dos moluscos e, dificilmente, em toda a área de plantio, já que sua distribuição pela lavoura não é uniforme.

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